Como é hábito em trabalho social, somos praticamente só mulheres a trabalhar. Muitas mulheres a trabalhar. Muito trabalho. Faz-se sempre um bocadinho de tudo. Muita confusão. Para três espaços físicos, uma administrativa - quase à beira de um esgotamento nervoso.
Enchemo-nos de coragem - e porque não pedir mais uma administrativa?
Depois de várias tentativas, a direcção aceitou. Mas... tinha de haver um mas!!!! Seria um homem. Um administrativo.
E começaram as buscas. Muitos currículos de mulheres, poucos de homens. Currículos excelentes... mas não eram homens.
Quando parecíamos prestes a ultrapassar as dificuldades... mais um mas! Não podia ser um homem qualquer. Teria de ser licenciado em gestão.
Vejamos... um homem, licenciado em gestão, que quisesse trabalhar como administrativo num local de trabalho comunitário e só com mulheres.... não vos parece canja?
Novas buscas. Dias de buscas... semanas... meses!!!
Chegaram dois candidatos. Recém licenciados, à procura do primeiro emprego, portanto.
Mais uma directriz. Estágio profissional. Estágio profissional de gestão para trabalhar como administrativo. AH!!!! A coordenadora de estágio seria uma Educadora de Infância, claro!!!!
Bem, os rapazes lá vieram à entrevista. ELES ficaram de pensar e dar uma resposta se viriam à segunda entrevista.
Um deles veio. Perguntou logo onde seria o seu gabinete. Acrescentou que teria muito trabalho e não poderia atender telefones, nem abrir a porta aos utentes. (????) Com certeza, foi a resposta da Direcção.
NOTA: Ele não sabia que ia ser administrativo.
Ficou mais uma vez de pensar. Se aceitar, vamos ter na instituição um gestor a fazer um estágio profissional sob a coordenação de uma Educadora de Infância. E, claro, ele não faz trabalho de administrativo.
ISTO FAZ ALGUMA LÓGICA PARA ALGUÉM?????