Recordo perfeitamente, naquele fim de semana de Agosto de 2001, da sensação que tive ao entrar lá. Luz!
Com nervosismo falei com a mulher que recebia os pagamentos, também ela cheia de luz, simpatia e generosidade. Ainda não sabia ser ela quem sonhara aquele espaço, quem o pusera a funcionar.
Foi um fim de semana extraordinário. Não será exagero dizer que mudou a minha vida... para melhor e de uma forma impossível de retroceder. Há caminhos que não têm a opção "voltar para trás". Não importa aqui falar da transformação interior que vivenciei, das pessoas maravilhosas que conheci, das lágrimas curadoras que derramei.
A sala era mágica. Alta, como só as casas antigas o sabem ser, decorada com os antigos azulejos de casa centenária, e com a resplandecente luz da Baixa a salpicar todas as janelas.
Regressei lá, desta vez para uma consulta. Regressei outras vezes para almoçar aquelas refeições vegetarianas que só a I. sabe preparar.
E passou a ser visita semanal, para o grupo onde eu estava, os cursos que fazia. Um deles, o mais especial, começou no início da minha primeira gravidez e culminou com o nascimento da minha filha. Talvez tenha sido a criança que mais meditou na gestação. :)
Alguns meses depois tomei a decisão de largar o seguro pela aventura, pela descoberta, pelo melhor de mim. E o Universo respondeu-me com tamanha generosidade! Um dos gabinetes daquele espaço mágico estava vago, à minha espera! Aluguei-o. Pintei as paredes três vezes mais altas do que eu. Comprei cada móvel, cada peça de decoração. Escolhi a dedo os livros que para lá levaria. E iniciei a minha nova vida.
Foi lá que tive a minha primeira cliente, numa viagem de autodescoberta e magia inacreditáveis. Foi lá que me identifiquei com cada pessoa que entrava e se sentava naquelas cadeiras que, segundo alguém, "já faziam parte do processo".
A determinada altura a energia do local começou a mudar. Ainda não sei o motivo exacto, mas todos o notavam. E algo em mim soube que seria o início do fim.
Ontem fui desmontar cada pedaço de memória, guardar as gargalhadas que ecoavam pelos corredores, vazar as lágrimas que, por vezes, também eram minhas. E trancar as portas.
O Nosso Espaço já não existe.
Mas acredito que ficará no coração de todos que o conheceram no seu esplendor.
4 comentários:
Estive lá quatro vezes:
2 consultas
1 fim de semana a chorar baba-e-ranho
1 noite a ouvir uma garnde e iluminada amiga a dissertar sobre (não me lembro, mas lembro-me que me emocionei!)
Pena ter fechado...
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Merci very much,
Danke Beaucoup!
Os "nossos" lugares marcam-nos, e muitas vezes só damos pela extensão da marca quando, por algum motivo, nos temos que distanciar.
Mas acredito que o teu caminho te trará novos (e quem sabe tão ou mais iluminados) desafios!
Adoro-te, amiga.
Beijo enorme
Não conheci esse espaço maravilhoso que descreves.... Mas ao ler-te arrepiei-me!...
Com certeza outros lugares cheios de luz te aguardam (e a todos os que não se cansam de caminhar nessa direcção...)
GOSTO TANTO DE TI (minha irmã de luz)!!!!
Beijos
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