O nosso mundo
Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...
Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!
A Vida, meu amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!
Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!...As nossas bocas juntas!...
Florbela Espanca
4 comentários:
Os sonetos de Florbela Espanca encantam. Este está repleto de serenidade e lucidez.
Obrigada!
L.B.
prémio para ti. Bjinho!
Esta senhora sabe mesmo o que diz...
Lidia Borges, a mim encantam-me, completamente.
Andy, obrigada.
Patrícia, se sabe.
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