... não é que goste particularmente deles.
Surgem do nada. Ou na verdade, sinto-os caminhar na minha direcção antes de chegarem. Correm-me no sangue, sussurram-me na brisa fresca da manhã, avisam-me no cansaço seguido das rotinas.
Mas não lhes ligo, porque tenho a mania que sou forte e que dias destes não me incomodam. Porque penso que posso controlar o meu sentir, o pulsar da vida em mim, e ainda assim viver na íntegra.
Chegam então de rompante... acordo mergulhada neles como insecto numa teia de aranha. Invadida.
Os dias em que não apetece sair da cama.
Não apetece ser forte.
Não apetece seguir sem destino, trabalhar sem motivação, acreditar sem fé.
Não apetece continuar a viver segundo o que pensamos acreditar, e manter o que é seguro, constante, confortável.
Os dias em que - ainda que dentro da segurança dos lençois - nos atrevemos a mergulhar no frágil, inconstante, intemporal e intenso sentido da existência.
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