sábado, novembro 13, 2010

Princesa da Lua

E assim se passou 1 ano.

Parabéns, minha Luanita, meu amor...

quarta-feira, outubro 13, 2010

Laços

Ou melhor, o desatar laços.

Falávamos ambas sobre o quão estranhas relações nos trás a vida. Não que sejam melhores ou piores do que as dos demais. Não somos assim tão diferentes.

A diferença (ou não) está nos laços. Nos laços que nunca desatamos, que deixamos mergulhados no fundo da alma e que nos consomem, ou nos prendem a voz, os movimentos, o estar. Nos laços que trazemos atados a nós, muitas vezes (suspeito eu) por livre vontade, como se fossem pedaços de pele, de fígado, de feridas que não queremos cortar.

Nas memórias que não suportamos deitar fora, ou não teremos sido nós as mais abençoadas, as mais felizes, as mais privilegiadas crianças do mundo????

No meu caso então, a coisa é estranha. Pois não são os ódios que me consomem. Não são as "pessoas más" da minha vida, os inimigos, os que traíram ou rejeitaram que me prendem. Nesses, a raiva passa com as estações, com os ventos e as chuvadas que tudo lavam. E seguem o seu percurso, sem que os meus pensamentos, por mais simples que sejam, os incomodem.

São os outros, os amores. Os amigos que o são há tanto que se tornaram família, e a quem amo, apesar de já nada terem em comum comigo. Para quem não olharia duas vezes, se os conhecesse hoje.
São os amores que o não são mais, mas que o foram um dia. E porquê, questiona-se a minha alma, porquê não amar de formas diferentes quem amei antes. Onde havia partilha, companheiro, paixão, porque não ficou o afecto e a cumplicidade de quem já se deu?

São as marés que não voltam, os luares que me encheram de luz, as músicas que me nutriram...
Os laços que não desatamos porque nos tornariam mais pobres, ou seriamos pura e simplesmente mais livres?

sexta-feira, outubro 01, 2010

Nota a lembrar:

Colocar Amor em tudo o que toco/faço/penso...

sexta-feira, setembro 24, 2010

Como (não) ser enganado...

Ontem o meu telemóvel de trabalho morreu, ficou surdinho... sim, porque até tocava, mas não se ouvia nada.

Como me é imprescindível resolvi comprar um daqueles bem baratinhos, que me dêem exclusivamente para fazer e receber chamadas, que é o que eu necessito. Hoje fui a uma daquelas lojinhas manhosas de telemóvel, que existem nas estações de comboios e metro.

Na montra, uma série de telemóveis com uma placa a dizer "Desbloqueados", a 19,90€. Entrei e confirmei:
- Bom dia! Aqueles telemóveis da montra são desbloqueados e novos?
- Sim. - diz-me o senhor.
- Gostaria de ver aquele LG, por favor.
- Esse desbloqueado é 25€.
- Desculpe? Na montra diz 19,90€.
- Sim, mas é para a Vodafone. Desbloqueado é 25€. - diz o gajo, na maior.
- Mas tem noção de que diz desbloqueado, certo?
- Mas é desbloqueado para a Vodafone.
- ... - respirei fundo. - Ok, então e telemóveis para a TMN, que preços tem?
- 19,90€, sem cartão. Com cartão é 25€.
- ... Os telemóveis tmn trazem todos cartão. Por isso é que são tmn.
- Pois, mas com cartão são 25€.

Foi quando eu decidi que não iria desperdiçar o meu tempo e a minha energia num local daqueles. Fui à PhoneHouse e comprei um tmn por 19,90€. Com cartão!!!!!

Do you believe this?????????

terça-feira, setembro 07, 2010

Desafios

Quando nos "encostamos" no sofá, há que ter consciência de que não vai durar para sempre.

O que é engraçado é que encostar no sofá nem sempre é sinal de conforto, de bem-estar, de felicidade. Por vezes é por hábito. Por inconsciência. Por não pensar muito no assunto. Por medo.

Mais engraçado é o facto do sofá, geralmente, ter uma mola solta que nos magoa, ou possuir já a forma do nosso corpo, ou fazer doer o pescoço. Enfim...

É um desconforto conhecido. Uma dor familiar. Mói, mas não mata. Vai matando...

Sabemos que algo não está bem, mas não nos apetece, não sentimos forças, não queremos lidar com isso. Mesmo quando já sabemos que, aquilo que não fazemos, a vida faz por nós.

Então o sofá parte-se, ou a mola solta-se... ou... a sala deixa de ter espaço para ele. E ali estamos nós, em pé, sem sofá, com a sala completamente diferente e sem saber muito bem o que fazer.

Há muito que eu intuía que o meu sofá me causava demasiadas dores e que sentar-me ali era mais do que um hábito. Era uma absoluta perda de tempo.
No entanto, nunca estamos preparados para deixar de ter lugar para sentar...

Sinto-me perdida.
Agarro-me às minhas conquistas.
Crise é sinal de oportunidade. E sei que ela está aí, é uma questão de perceber os sinais, de não me fechar, com medo, e de a deixar entrar. Sei que a mudança é uma coisa boa e que a vida é generosa por me proporcionar tal experiência.

O que não faz com que seja menos doloroso.
Mas é menos assustador. E menos solitário.
Sou grata por isso.

quinta-feira, julho 29, 2010

Para pensar ou... da prática do Bem Comum

Achamos que sabemos tudo. Ou que sabemos muito.
Somos bem educados. Lemos bons livros.
Podemos ser espiritualizados. Ou bons cidadãos.
Temos casas confortáveis, algum dinheiro no banco, roupa da estação.

Temos teorias fantásticas sobre a origem do mundo, o bem e o mal, a ciência e a religião, o amor, a poupança de recursos e tantas outras coisas.
Somos tão fantásticos!!!!!! Temos tantas certezas.

Mas esta manhã, entre todos os que estávamos na estação dos comboios, foi um homem sujo e mal vestido, sem casa e sem trabalho, um sem-abrigo que por ali passou, que apanhou as pontas de cigarro que estavam no chão. E as colocou no lixo. Sem hesitar.

Dá que pensar, não é?

quarta-feira, julho 28, 2010

O Chico

Era o nome dele.
Um rapaz ruivo, barbudo e com um sorriso simpático, que costumava aparecer na praia, ou na discoteca que frequentávamos.
Não haveria nada para dizer deste rapaz, que nunca teria frequentado a minha casa, ou estado com os meus amigos, se a Paula não estivesse perdidamente apaixonada por ele.

A Paula era minha amiga desde sempre, crescêramos juntas nas dunas daquela praia mágica onde vivi a minha infância e adolescência. Era dois anos mais nova do que eu, apesar de sempre se ter dado com os amigos do irmão mais velho e, por isso, não se notar qualquer diferença de comportamentos entre nós.


Naquele Verão, e nos dois ou três que se seguiram, a Paula estava diferente. Apaixonada, triste ou muito alegre, dependendo da distância a que estava do Chico, e muito perdida.

O Chico? Nada tinha de especial. Não era um rapaz bonito, não lhe notava nenhuma característica extraordinária. Era simpático e usava charme a torto e a direito. Para todos os lados.
Percebemos a tristeza da Paula com facilidade. A mesma que a fazia ir para os bares onde ele estava, sair deles a chorar. A mesma que a fez ter mil e um namorados, numa vã tentativa de ultrapassar a dor, dor essa que a fazia terminar a relação e destroçar alguém que a ela se entregara com sinceridade.

Quem é que não sofreu por amor?

O Chico? Parecia esquecer-se dela até a ver surgir de namorado novo. Nessas alturas, a vontade de estar connosco aumentava, quase forçando as amigas dela a serem íntimas dele, aumentando-lhe não só a insegurança, em relação ao novo namorado, como os ciúmes...

Estava um dia na praia, gostava de me sentar naquele banco mágico a olhar o por-do-sol. A filha do meu vizinho apareceu, uma menina linda, com uns 3 anos de idade, caracóis louros e olhos de um azul brilhante. Fiquei ali, a brincar com ela, enquanto os últimos raios de sol brincavam com a minha pele e a maresia me relaxava.

A Scooter subiu a passadeira e o Chico desceu dela e instalou-se ao meu lado. A familiaridade que eu tinha com ele vinha através da Paula. Ou da discoteca, de o ver na praia. Falava com ele. Não era meu amigo, sequer.
- Que criança linda! - disse ele de repente. - Tenho tanta vontade de ser pai. Já imaginaste nós os dois juntos com uma coisinha assim?

Não sei se fiquei de queixo caído. Mas a minha alma ficou. Que raios????
- Não...
Foi tudo o que consegui dizer, meio aparvalhada.

Era dali o charme estranho com as raparigas. Haveria mesmo quem caísse naquela converseta idiota? A Paula não via isso? Parecia que não, a paixão é mesmo cega. Mas assim era o Chico, com uma conversa insana e na qual ele parecia acreditar piamente... nos minutos em que tinha. Depois disso comecei a reparar mais atentamente e, de facto, era assim que o rapaz conquistava namoradas. Com palavreado sem nexo, imagens de um futuro brilhante ao lado da rapariga, ainda que ela fosse uma desconhecida, e um desaparecimento rápido na sua imparável Scooter.

Enfim...

A Paula hoje é uma mulher realizada. Casada com o homem que escolheu e que a ama, com um filho maravilhoso. Encontro-a uma vez por ano, num jantar de amigos onde toda a gente ri muito, recordando episódios bons e maus, mas todos saudosos, daqueles tempo.

O Chico? Ninguém fala dele. Porque ninguém se lembra. Nunca mais o vi. Nunca mais soube nada. Até hoje, nunca o recordei.

Porque é essa a energia de quem não se dá. De quem nada tem de verdadeiro e bom para oferecer. Um dia... ninguém se lembra de que existiu. Porque nada deixou para recordar.

segunda-feira, julho 19, 2010

Super heroinas...


Depois dos últimos 4 dias, fiz uma descoberta.

Dsscobri finalmente quem são os verdadeiros super-herois deste mundo.

Para vos dar uma pista...
Têm mais força do que o Super-Homem, mais energia do que a Lara Croft, mais agilidade do que o Homem Aranha e mais resistência do que o Batman...

Andam por aí todos os dias e mal damos conta da sua existência. Ainda por cima, são responsáveis por grande parte da educação da humanidade.
E não, não é nada fácil.

Este post é um ode aos verdadeiros Super-Heróis...
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... AS MÃES SOLTEIRAS!!!!!

terça-feira, junho 08, 2010

Porque me diz respeito...

Já postei este vídeo no facebook, mas não me "livro" da sua mensagem e por isso, resolvi que viria para aqui também.

Fui atacada pelo vírus da responsabilidade social? Advogo o reinado dos vegans...? Nada disso.

Mas foi através de uma conversa que me dei conta de uma coisa. Há respostas que nós não sabemos dar, porque pura e simplesmente não fazemos as perguntas. Porque é confortável ficar no nosso sofá, sem questionar o preço dos nossos hábitos de vida!

Em criança aprendi a beber leite com a imagem daquele velhote simpático que vai com um balde ao estábulo para tirar leite das vaquinhas simpáticas... que até o têm em demasia! E depois disso nunca me perguntei se ainda assim seria.

Aqui, para mim,não está em questão se o leite faz mal ou bem, se deveríamos bebê-lo ou comer carne, ou qualquer uma dessas questões. Essa é outra discussão. Para mim, o que está em causa neste vídeo - e este é apenas uma resposta de tantas perguntas que não fazemos - é a desumanidade contida nas nossas escolhas. A falta de consciência.

Para quem gosta e quer beber leite e os seus derivados, não haverá outra forma de o fazer? Uma que não envergonhe a nossa raça? Uma que dignifique os animais que co-habitam connosco, em vez de os maltratar? Uma que não enriqueça cada vez mais corporações que nada têm na cabeça que não o poder, a qualquer preço?

Recuso-me, pura e simplesmente, a acreditar nisso. E recuso-me a fingir que não sei, apenas porque não faço as perguntas certas. Para mim, já não funciona.

quinta-feira, maio 13, 2010

Cada vez mais nosso...

O nosso mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!

A Vida, meu amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!...As nossas bocas juntas!...

Florbela Espanca

terça-feira, maio 11, 2010

Espelhos

Carolina amava-o.
Pensava que sim. Sentia-o. Fantasiava-o. Sonhava-o.
Na verdade, somente acreditava que o amava. Nunca uma palavra trocara com ele, desde a noite em que o encarara, no Baile da aldeia. Desde esse sábado, todos os dias caminhava de outra forma, na esperança de dar um vislumbre de elegância. Penteava o cabelo como nunca o fizera antes, solto, brilhante e sedoso, esquecendo a trança simples doutrora. Esquecera as camisas largas e as calças confortáveis, trocando-as pelas justas, e pelas camisolas e decote em V.

Mas era muito raro encontrá-lo ao longo da semana, pois Bruno era da aldeia vizinha, onde também trabalhava. Por vezes, lá aparecia no Café da Esquina, para jogar Snooker com os rapazes. Mas era raro.

Porém, aos sábados, Carolina enfeitava-se com colares de contas e conchas, brincos compridos e pulseiras douradas. Por vezes vestia saia. Colocava os sapatos de salto. Pintava os olhos com eyeliner preto e colocava o baton cor de rosa.

Rodopiava com os rapazes, sem os ver, sorrindo sem vontade, na esperança de um olhar de Bruno, um sorriso, uma palavra.

Ele não a via. Não a conhecia. Era como se ela não existisse para ele. Conversava com algumas raparigas da aldeia, ou com outras que o acompanhavam ao Baile. Dançava pouco. Mas nunca a olhara. Ela amava-o. Ele não a via.

...

Ricardo olhava com um misto de ternura e tristeza para a rapariga que com ele dançava. Dançava com ele, apesar dos seus belos olhos lhe fugirem para a figura do rapaz da aldeia vizinha. Nunca o encarava. Sorria sem vontade. Não via como Ricardo se vestira com cuidado, colocara o perfume caro, que mandava vir da cidade, só para os dias de Baile.

Carolina fora desde sempre a princesa do seu coração, desde que lhe emprestara a borracha de cheiro a maçã, na Escola Primária.

Amava-a. Ela não o via.

Decoração

Estive em obras, aproveitei e redecorei a "casa"!
Espero que gostem.

quinta-feira, maio 06, 2010

Piada para papás e mamãs de bebés pequenos

E disse ele ao telefone, no dia anterior a começar a licença de 30 dias, para ficar com a bebé.
- Podemos combinar qualquer coisa para a semana. Eu agora vou ficar em casa um mês. Tenho todo o tempo do mundo.






LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL

sábado, março 06, 2010

Pessoal...


... quem é que quer ir ao Festival do Chocolate???????

Outro blog?... ou, o que escrever quando se está com insónias...

Tudo começou quando a Lídia e o Zé - obviamente nomes fictícios - "a modos que" se enamoraram ciberneticamente, o que já deve ter acontecido a milhões de pessoas, pelo que vim a perceber depois.

O enamoramento durou pouco, pois cada um deles era muito mais do que o seu blog e, como diria um grande professor meu, as desilusões chegam somente porque um dia nos iludimos. O trabalho foi todo nosso e raramente o outro tem a ver com o assunto. Adiante.

Porque eu conhecia uma dessas pessoas e alguém conhecia a outra, gerou-se uma bola de neve tão grande, que dei por mim a conhecer e a falar com pessoas que, de outro modo, jamais teria conhecido. Enfim, hoje em dia conheço muitas das pessoas que me lêem.

Não que me arrependa disso, pelo contrário. Apesar de algumas pessoas terem sido meras passagens, outras são pessoas com quem já não me dou - e nem tenho intenção de o fazer - pois, correndo o risco da repetição, aquilo que num blog pode ter muito a ver connosco, no geral, pode revelar-se um verdadeiro fiasco! Como, aliás, em todo o lado!

Mas a verdade é que conheci pessoas fantásticas, fiz amigos e tenho muito carinho por algumas delas. No entanto, nesse processo, o intuito deste blog perdeu-se.

Porque é que eu criei o Pequenos Pormenores? Porque aqui me sentia livre. Porque sou tantas coisas diferentes, algumas delas tão paradoxais, e sinto necessidade de as ser, sem culpa, sem crítica, sem filtros. Senti, durante muito tempo, essa possibilidade, por aqui. Apesar de lido por outros, este blog era só meu.

Agora, é igual a pensar na roupa que visto quando vou trabalhar, ou na prenda que quero comprar para determinada pessoa, ou na postura que devo ter para uma entrevista de emprego. Há sempre uma imagem que alguém tem de nós - completamente errada, provavelmente, pois somos sempre muito mais do que isso! - mas que tememos quebrar! Mesmo que digamos vezes e vezes sem conta que isso não importa. Õ próprio facto das pessoas nos conhecerem faz com que se preocupem connosco. E isso não é mau. Mas não nos permite libertarmo-nos, se sabemos que vamos preocupar alguém.

Perdi certezas, na vida, e isso, para mim, foi uma bênção! Mas já não sei colocar as minhas incertezas neste espaço. Criei outros blogs, com outros nicks, mas não é a mesma coisa. Nunca foi minha intenção esconder quem sou. Apenas sentir-me livre!

É uma crise - bloguista! ;) - e uma oportunidade, obviamente! Ser (mais) quem sou. Recriar-me, porque me dá na gana! Passar à zona desconfortável.

Talvez o faça. Hoje. Daqui a um mês. Nunca. Não sei.
De qualquer forma, este blog está em crise existencial...
:)

Excelente fim de semana para todos!

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

O Nosso Espaço

Recordo perfeitamente, naquele fim de semana de Agosto de 2001, da sensação que tive ao entrar lá. Luz!
Com nervosismo falei com a mulher que recebia os pagamentos, também ela cheia de luz, simpatia e generosidade. Ainda não sabia ser ela quem sonhara aquele espaço, quem o pusera a funcionar.

Foi um fim de semana extraordinário. Não será exagero dizer que mudou a minha vida... para melhor e de uma forma impossível de retroceder. Há caminhos que não têm a opção "voltar para trás". Não importa aqui falar da transformação interior que vivenciei, das pessoas maravilhosas que conheci, das lágrimas curadoras que derramei.

A sala era mágica. Alta, como só as casas antigas o sabem ser, decorada com os antigos azulejos de casa centenária, e com a resplandecente luz da Baixa a salpicar todas as janelas.

Regressei lá, desta vez para uma consulta. Regressei outras vezes para almoçar aquelas refeições vegetarianas que só a I. sabe preparar.
E passou a ser visita semanal, para o grupo onde eu estava, os cursos que fazia. Um deles, o mais especial, começou no início da minha primeira gravidez e culminou com o nascimento da minha filha. Talvez tenha sido a criança que mais meditou na gestação. :)

Alguns meses depois tomei a decisão de largar o seguro pela aventura, pela descoberta, pelo melhor de mim. E o Universo respondeu-me com tamanha generosidade! Um dos gabinetes daquele espaço mágico estava vago, à minha espera! Aluguei-o. Pintei as paredes três vezes mais altas do que eu. Comprei cada móvel, cada peça de decoração. Escolhi a dedo os livros que para lá levaria. E iniciei a minha nova vida.

Foi lá que tive a minha primeira cliente, numa viagem de autodescoberta e magia inacreditáveis. Foi lá que me identifiquei com cada pessoa que entrava e se sentava naquelas cadeiras que, segundo alguém, "já faziam parte do processo".

A determinada altura a energia do local começou a mudar. Ainda não sei o motivo exacto, mas todos o notavam. E algo em mim soube que seria o início do fim.
Ontem fui desmontar cada pedaço de memória, guardar as gargalhadas que ecoavam pelos corredores, vazar as lágrimas que, por vezes, também eram minhas. E trancar as portas.

O Nosso Espaço já não existe.
Mas acredito que ficará no coração de todos que o conheceram no seu esplendor.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Amiga Poderosa



A minha linda Andy , do blog Lua Prateada, presenteou-me com um prémio muito bonito. Desculpa só agora o colocar aqui, mas... sabes bem como tem sido a minha vida! ;)


As regras são as seguintes:
postar o selo, o nome e o link do blog que ofereceu

escolher 5 amigas para nós poderosas e avisá-las

completar a frase:
Sou poderosa porque...


Vou escolher os blogs de algumas pessoas que são de facto minhas amigas fora da net, e cujo poder conheço, ou vislumbro. :)
- Kayla
- Sayuri
- Dinamene
- Mag
- Ianita
- Joana (é mais um, mas tinhas que cá vir, princesa!)

Quanto ao ser poderosa... ;)
Sou poderosa porque aceito a minha fragilidade, respeito os meus sonhos e procuro sempre a centelha divina em mim.
Segue o prémio!
(Uau, dois posts no mesmo dia! É a loucura total!!!!!)

Bom dia com alegria!

Excelente dia para todos!

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Maria

Maria era a mais velha de uma família de 13 irmãos. Como - quase! - todas as famílias com muitos e muitos filhos, viviam com muitas dificuldades financeiras, pouca comida na mesa e trabalho de manhã até à noite.

A mãe de Maria acabou por pedir à cunhada, que não podia ter filhos, que educasse as três filhas mais velhas. E foi assim que Maria teve um crescimento mais abastado, num época em que ter comida na mesa era um luxo. Cresceu alegre, segura e bonita.

E um dia conheceu Raul. Maria descende de uma família com história de grandes paixões, e quem a conheceu na época conta que o amor dela e de Raul estava escrito nas estrelas. Não se largaram desde o primeiro momento. Entrelaçavam os dedos, trocavam olhares, aproveitavam o mínimo descuido da tia de Maria, severa com os namorados, para dar um apaixonado beijo.

E, como todos os amores perfeitos, casaram, numa festa onde ainda sobram muitas fotos, tiradas a preto e branco, e nas quais se pode ver o olhar da noiva e sonhar com um amor assim.

As dificuldades não começaram logo. Maria seguiu a profissão da sua mãe de criação, tornando-se costureira e Raul trabalhava como mecânico. Antes de darem conta, tiveram uma menina que lhes encheu os corações de mais alegria.

Um dia, um acidente fez com que Raul perdesse a sensibilidade na mão direita, terminando por aí, aquela que tinha sido desde sempre a sua profissão. Desempregado, viu-se sem meios de ajudar nas contas e acabaram por ter de deixar a modesta casinha onde viviam e regressar a casa da tia de Maria. Por esta altura, a jovem já esperava o segundo filho.
Viver numa casa que não era a deles, com as opiniões insidiosas da tia de Maria, que, sem se dar conta, se envolvia das discussões do casal, as dificuldades monetárias e as saídas nocturnas de Raul, que começara a beber mais do que era esperado, levou ao fim de um casamento que todos garantiam ser eterno.

Na noite em que Raul saiu de casa para não voltar, Maria fechou-se no quarto, de onde saiu somente três dias depois, e nunca mais falou do ex-marido.

Os anos passaram e ambos reconstruíram as suas vidas. Clara e Rodrigo começaram a visitar o pai numa altura em que este já tinha outro emprego, outra mulher e outro filho. Apesar de ausente, dava-lhes uma nota a cada um, à saída, e dizia, num tom baixo:
- Abraço à vossa mãe.

Maria nunca enviou qualquer recado a Raul. Quando o seu nome era balbuciado, mudava de cor e afastava-se para que não a vissem. Conheceu Jorge, com quem acabou por se casar, e teve duas filhas. A mais nova tinha dois meses, quando lhe diagnosticaram leucemia.

Clara tinha vinte anos, Rodrigo catorze, Sara tinha cinco e Bárbara era um bebé. E foi, acima de tudo, pelas filhas mais novas, que Maria lutou. Com todas as suas forças. Tentou todos os tratamentos que conhecia e que as suas escassas posses lho permitiam. Nada resultou. Bárbara acabara de fazer um ano, quando Maria soube que partiria em breve. Tentou assegurar-se de que as meninas ficavam bem e pediu para ver as duas irmãs com quem tinha sido criada.

Quando Raul entrou na igreja, o silêncio foi total. Há mais de doze anos que a família da defunta não o via e, graças aos comentários da tia de Maria, que nunca lhe perdoara a partida, as pessoas conheciam-no como um homem egoísta, que nunca ligara à mulher e que mal via os filhos. Raul reconhecia veracidade em algumas dessas frases. Não todas.

Sem olhar para os presentes, aproximou-se do caixão, sentou-se ao seu lado e fez um suave festa no rosto da ex-mulher. Sorriu. Pegou-lhe na mão e levou-a aos lábios, castamente. E, deixando cair o rosto, lançou-se num choro soluçante e compulsivo, que demorou a controlar.
- Era a mulher da minha vida. - ouviram-lhe sussurrar. - Aquela que eu mais amei, a que ocupará o meu coração para todo o sempre.

Abraçou os filhos e voltou a partir. Clara e Rodrigo deram as mãos. Não trocaram uma palavra, mas de alguma forma confortaram-se um ao outro. A mãe de ambos não estivera só, no sentimento que dedicara ao pai. Eram frutos de amor, muito amor. Nem sempre o amor e uma cabana funciona, mas a verdade é que, mesmo quando se desiste, nem sempre o amor vai embora.

sábado, fevereiro 06, 2010

Rui

O Rui tinha 9 anos quando apanhou uma bactéria rara que lhe afectou a vista. A princípio, ninguém notou. Só quando a professora mandou chamar os pais da criança, alegando que o seu melhor aluno mal conseguia distinguir aquilo que se escrevia no quadro, é que lhe foi diagnosticada uma falha na visão, com tendência a aumentar, e sem tratamento conhecido.

O segundo de 4 irmãos, num casal divorciado, a mãe com pouquíssimas posses e o pai praticamente ausente, o acompanhamento que teve foi aquele que se poderia obter pelo estado. Consultas no hospital com meses de espera, médicos de família no Centro de saúde e uma visão que diminuía a uma velocidade alucinante.

A largura das lentes aumentava, mas de pouco servia para Rui. Ainda assim, manteve, o mais possível, a sua vida normal. Para amigos e família, continuava a ser o Rui de sempre e, não raramente, era fácil passar por cima do seu "problema" e esquecer que ele não lia a legendas dos filmes, no cinema, não via realmente os belos olhos da vizinha da frente, nem lia os livros da escola.

Como era bom aluno, os professores deram-lhe todo o apoio e o Rui conseguiu um feito digno de orgulho. Acabou o décimo segundo ano, pois memorizava tudo o que ouvia e escrevia com letras gigantes, que os seus mentores corrigiam com paciência.

A determinada altura o Rui sentiu-se diferente e revoltou-se. Mudou-se para o sótão, onde passava noites acordado. Como resultado, aprendeu, sozinho, a tocar guitarra, e a filosofar sobre a vida.

A família do Rui tinha amigos nos Estados Unidos. A comunidade portuguesa que lá habitava uniu-se e juntou dinheiro para o levar lá, onde foi visto por especialistas. De pouco adiantou, pois o estado da doença era demasiado avançado. Soube-se, porém, que o Rui estava estável. Via muito pouco, mas provavelmente ficaria assim.

Quando regressou, o Rui estava diferente. Mais calmo, mais maduro. Ficara impressionado com o altruísmo das pessoas que o haviam recebido, que tanto lhe tinham dado. E queria fazer o mesmo. Nesse mesmo ano, ingressou numa Associação para Invisuais e começou lá a trabalhar. E conheceu aqueles que seriam os seus melhores amigos. Aprendeu braille. E percebeu que, para aqueles que não vêem o mundo como nós, os sentimentos são mais intensos, mais fortes, as palavras mais verdadeiras, as inflexões de voz mais perturbadoras.

O Rui tinha dois amigos. O Paulo e o Francisco, ambos cegos. Andava com eles para todo o lado, faziam férias juntos, brincavam uns com os outros. As pessoas de quem se sentia mais próximo. E havia a Patrícia. Conhecera-a na Associação, uma rapariga que lhe tocara o coração desde o primeiro dia, com a sua voz doce, a gargalhada cristalina, as confidências que lhe fizera. Conhecia-lhe o rosto, porque o vira bem próximo, sabia bem como era bonita. Mas não precisava de o ter feito. A alma da Patrícia era a coisa mais bela que habitava o seu ser. Estava completamente apaixonado.

Sonhava com o dia em que se iria declarar, com o primeiro beijo, com o entrelaçar de mãos. Sonhava com ela desde que acordava até fechar os olhos. E nunca o contara a ninguém.

Naquele tarde, sozinho no parque com o Paulo,estava prestes a contar-lhe o seu segredo. Mas viu o amigo triste e preferiu saber quais as suas angustias.
- Estou apaixonado pela Patrícia. - contou o Paulo, gelando a alma do amigo, sem ter como o saber. - Não sei o que faça, preciso de um conselho.

E o Rui aconselhou-o a falar com ela, dizer-lhe o que sentia. Quem sabe não fosse correspondido. E no seu coração, decidiu esconder os seus sentimentos até essa história se resolver.

Quando o Rui me contou esta história, numa noite tardia, entre os acordes da sua viola e o som da minha voz, a Patrícia e o Paulo viviam os primeiros dias de namoro, numa felicidade insaciável, e tinham-no acompanhado até minha casa.

- Como estás, como te sentes? - perguntei.
- Sabes, prima, as duas pessoas que eu mais amo no mundo estão felizes, apaixonadas e tenho ambas junto de mim. Jamais seria capaz de estragar isso. Nunca seria capaz de lhes ensombrar a a felicidade. Acredites ou não, estou tão feliz por eles como se fosse eu no seu lugar.

E eu soube que o meu primo, cuja história de coragem continua até hoje, cumprira o seu desejo de fazer o que pudesse pelos outros.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

:(


It's rainning again...

sexta-feira, janeiro 29, 2010

A saga da máquina de lavar

Este ano estava decidida a passar um dia de aniversário tranquilo e divertido. Na verdade, de tranquilo teve muito pouco, mas digamos que foi... diferente! :)

Na semana passada a minha máquina de lavar morreu. Ou pelo menos, assim pensava eu. Fui ligá-la e a bicha deu um estouro e não funcionou mais. Como já andava a dar-me imensos problemas e já tinha uns anitos, resolvi que estava na hora de desembolsar e comprar um equipamento novo. No domingo de manhã lá andei e encontrei na Box uma máquina de lavar e secar. Ficaram de me vir entregar na terça, entre as 18h e as 22h, e de levar a velha.

Como eu fazia anos na quarta e o maridão até tinha tirado o dia para namorarmos, a coisa pareceu-me perfeita. Na terça fui para casa antes das 18h e esperei pela entrega. E continuei a esperar. E esperar. E esperar...

Eram 21h50 quando liguei para o Apoio ao cliente. E não me atenderam. Da loja, diziam que nada podiam fazer, pois só a linha de apoio ao cliente tinha os contactos das carrinhas de entrega. Às 22h30 desisti e fui deitar-me. Com a espera, a minha filhota, que se costuma deitar cedo, andava a aproveitar a "folga". Como habitualmente, depois de a deitar e contar a história, devo ter adormecido antes dela.

Era exactamente meia-noite quando o N. me veio dar os parabéns. E nesse momento a campainha tocou.

"Não acredito." - foi o primeiro pensamento. Mas era real. Eis que chegam dois homens com a máquina, desculpando-se pelo atraso. Acabei por colocar o pragmatismo à frente das horas e deixei-os entrar.

Comecei a achar menos piada à coisa quando me disseram que não iriam poder levar a máquina velha, porque já iam fora de horas e não iam ao armazém, mas que no dia seguinte alguém viria buscar a máquina. Mas também agi de forma zen.

Depois reparam que a máquina nova não funciona. E descobrem que, afinal, é a tomada de electricidade que avariou. E o óbvio surge. A minha máquina velha não tinha morrido. A tomada é que tinha...

A esta altura do campeonato já não sabia se chorar ou rir. Mas a máquina era antiga, já deitava água e eu tinha gasto uma pipa de massa na nova. Por isso, resolvi esquecer o assunto.

Os homens saem e o N. começa a ler o manual da máquina. A certa altura diz-me:
- Porque é que isto não tem programas de secagem?

E dirijo-me à dita cuja, que afinal não era a máquina que eu tinha comprado, nem sequer na marca. Com as confusões, nem me lembrei de olhar para a máquina.

E foi por isso que comecei o meu dia de aniversário a ligar para o Apoio ao cliente, que desta vez acabou por me atender à terceira tentativa. E por volta das 20h, finalmente recuperei a máquina que eu comprei e ver-me livre das outras duas. No intervalo entre os episódios até consegui almoçar fora, namorar e rir-me bastante.

Nota interessante: sempre que falei com os senhores das carrinhas de transporte eles intitulavam-se: aqui é da Worten. O que seria natural, se eu não tivesse comprado a máquina na Box. :)

sábado, janeiro 23, 2010

Chuva

Pela primeira vez na vida começo a entender - na pele - o conceito de depressão sazonal.
Adoro o Verão, mas o Inverno nunca ficou atrás. Recordo-me das tardes chuvosas
e do vento a cantar na minha janela, onde me sentava a ler tranquilamente.
No final do Verão, quando as férias chegam ao fim e o Outono parece anunciar-se, dou por mim com saudades das camisolas de gola alta, dos edredons, do chá quente com mel e dos fins de semana fechados em casa, com uma manta no sofá, e um bom filme para ver.
No entanto, este ano - provavelmente porque estive presa em casa 1435 anos, sinto-me impaciente, irritável nestes dias de chuva. Sobretudo porque, durante os - poucos - dias de sol que se fizeram sentir, fartei-me de passear com a pipoca bebé, tive uma energia que não sentia, já, há muito e cantarolei o dia todo.
Ontem, apareceu a chuva novamente.Não foi grande coisa, verdade, mas regressei à minha letargia. E hoje, olho a janela e suspiro. Este ano, estou mesmo farta da chuva.
Preciso do Sol, das flores coloridas, dos pássaros a esvoaçar a minha janela. Nem é do calor, propriamente. É mesmo do Sol.
Um brinde aos dias luminosos!

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Descubra o erro!

Segundo a google:
Lisboa
5°C
máx: 16º min: 14°

??????????????????????????????????????

domingo, janeiro 03, 2010

Música ao Domingo!

Mudei o dia para vos "dar música"!

Bom descanso!

sábado, janeiro 02, 2010

Depois de 7 semanas e 1 dia...

... dormimos, finalmente, 8 horas seguidas!!!!!!!!!!!!!!!!!!
:)

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Happy New Year


Comprometi-me a colocar um post no dia 1, na esperança de que o tempo e a vontade me tragam aqui muitas e muitas vezes, ao longo deste ano.
Dei por mim, muitas e muitas vezes, a desejar a chegada do novo ano, uma nova energia e a saída daquele que foi um dos anos mais estranhos da minha vida. Exactamente há um ano atrás via-me feliz pela chegada de 2009, antecipando mil e uma mudanças. Elas vieram, é .um facto. E, como habitualmente, não apareceram como eram esperadas. E os desafios mantiveram-se.
Ainda assim, fazendo um balanço, percebo que o saldo é positivo. Aprendi muitas coisas, saí de 2009 mais inteira, bastante mais inteira do que quando entrei. Aprendi (mais uma vez de muitas que vieram e muitas que virão) a valorizar as minhas bençãos.
E tive um presente incalculável. A minha Luana.
Venho para vos desejar o mesmo que pedi para mim.
Muito amor, da família, dos amigos, dos conhecidos, dos amores... e muito amor próprio.
Muita saúde.
Muita prosperidade, em todas as áreas da vossa vida.
Muitos sonhos, porque os sonhos são para se realizar.
Muita, mas mesmo muita alegria.
Muita inspiração.
Muita vida!
Viva 2010!
E, já agora,assim a modos que por piada... qual a probabilidade de se passar a meia-noite a amamentar??????????????? ;)