sexta-feira, outubro 31, 2008

Bem...

... como é que é????

Let go... or... don't let go?

Instantes

Deu meia volta e sorriu.
O vestido, de tecido leve, dançou-lhe nas pernas.
Sentiu-me feminina, bonita.
Há algum tempo que não tinha essa sensação.

Desencontros

Conheço-a há uns 3 ou 4 anos.
Ao vivo, vimo-nos cerca de 4 vezes, imagino, apesar de só me conseguir recordar de 3.
Antes disso, ouvia falar dela com frequência, por intermédio de amigos comuns. A empatia, foi à primeira vista, e total.
Trocámos nºs de telefone e mails.
Em ciberconversas partilhámos sonhos, confidências, desilusões. Criámos projectos que nunca se concretizaram, mas nos quais continuamos a colocar um pouco de energia.

Estranhamente, faz parte daquele círculo de pessoas de quem a minha alma se encontra mais próxima.

Tentámos muitas e muitas vezes encontrarmo-nos. Mas... uma de nós estava doente, a viagem não se concretizava, o trabalho não permitia sair mais cedo.
"Voltaremos a tentar!"

Inesperadamente, consigo um fim de semana para ir lá. Envio-lhe a mensagem surpresa.
- Tomamos café, no sábado, depois do almoço?
Responde-me:
- Este fim de semana vou para aí, ver um concerto. Regresso no domingo.
É quando eu volto de lá.

Há coisas que não têm de acontecer...

Samhain

"Samhain é um dos Sabbaths Maiores, e é celebrado geralmente no dia 31 de Outubro (ou exactamente na data entre Mabon e Yule). Samhain é o dia para três coisas: aceitar a ideia de morte, honrarmos e relembrarmos aqueles que já morreram, e finalizar os projectos deste ano. Esta é uma época escura, na qual lidamos com a parte mais escura e sábia de nós próprios. É uma boa altura para olharmos para o passado e futuro, para compreendermos o Tempo como cíclico, de libertar a energia que guardamos e acumulamos ao longo do ano.
...
Esta é também uma boa altura para nos libertarmos de fraquezas, defeitos e vicios, o nome dos quais podem ser escritos em pedaços de papel e queimados no caldeirão. Um costume é acender uma vela laranja à meia noite e deixa-la acesa até ao nascer do sol para dar boa sorte no ano que chega. Velas pretas são também usadas para banir energias negativas. Outro costume, claro, é esvaziar e carvar uma abóbora, e acender uma vela lá dentro, criando assim uma lanterna. "

in http://castelodalua.net/

quinta-feira, outubro 30, 2008

E hoje...

... foi o dia em que me cortei à formação de Évora, pelo único motivo de que... nas últimas duas semanas, não aprendi nada!!!!

Efémero

Tinham comentado o quanto ele era interessante, sentadas no banco de madeira da estação, rindo como adolescentes que eram, a sensação, ainda que inconsciente, de que tudo era possível naquele início de Verão quente.

O rapaz, alguns anos mais velho, olhava de vez em quando e elas fingiam não perceber. K. acabou por ir comprar os bilhetes, deixando-a sozinha ali e, nesse instante, ele aproximou-se dela, sentando-se.
- Sabes explicar-me onde é que se troca de comboio para ir para Albufeira?
- Para Albufeira não é preciso trocares. - respondeu ela, tentando não rir perante o olhar incrédulo de K., ao mesmo tempo que se questionava se ele usara a pergunta para se aproximar, ou não saberia mesmo nada de comboios no Algarve. - Só trocas em Tunes, caso queiras ir para os lados de Lisboa.

Foi o início de uma conversa que durou mais de uma hora (os comboios eram bastante lentos, na altura!!!). Ele era de Aveiro, tinha duas irmãs, vinha ter com uns amigos que estavam a acampar, perguntou se queriam ir ter com eles um dia destes e elas responderam que não, que tinham casa na Ilha de Faro e passariam lá o Verão. Não era provável que fossem para Albufeira. Não lhe explicaram que tinham apenas 14 anos e que a avó dela ficaria escandalizada com a ideia de irem as duas para Albufeira em busca de um rapaz mais velho que tinham conhecido no comboio.

Ele deu-lhe a morada dele.
- Escreve! - disse. - Vamos continuar a conversa....

Ela guardou a morada com um sorriso. Sabia que não escreveria. Que existiam alguns momentos que tinham valor porque eram assim, efémeros e, por isso, ficariam como pinturas no tempo, nada desgastadas pelas teias da realidade. Não descobriria coisas nele com as quais não se identificava, as cartas não se tornariam cada vez mais pequenas e mais espaçadas no tempo, fazendo com que a amizade, pouco fortalecida, morresse lentamente. Talvez fosse ingenuidade, medo de mergulhar na vida, mas naquela altura não se questionava com essas coisas. Tinha muitas certezas, ela.

Ainda hoje, não sabe bem se essa filosofia está correcta ou era apenas uma fuga. Mas a verdade é que se recorda bem dele...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Campanha Solidária - Um presente cheio de Natal

Uma caixa de sapatos forrada com os pequenos presentes que lá quisermos ou pudermos colocar.

Uma alegria para quem não pode receber o mesmo que nós, ou as nossas crianças.

Vamos ajudar?

terça-feira, outubro 28, 2008

A minha chefe...

... ouve Harum!!!!!

* banda algarvia, de trash-metal, dos anos 90

Fidelidade

A conversa da manhã girou à volta da fidelidade, do ciúme visceral e da sensação de que, enquanto os outros animais monogâmicos pura e simplesmente o são, os seres humanos vivem a monogamia como uma coisa que "obviamente está certo", mas que mais parece uma "imposição social".

Existem sociedades não monogâmicas, e as que o são, na maioria das vezes não o são.

Honestamente - e da parte de alguém que tem verdadeiramente hábitos monogâmicos - isto não vos parece estranho?????

sábado, outubro 25, 2008

Responsabilidade...

Estou cansada de ver centenas de pessoas a brincar às pessoas grandes. Neste ultimos três dias cansei-me de ver quatro adultos brincarem às formações e de duzentas pessoas fingirem que a recebiam.

Cansei-me das queixas de todos, de como o mundo é cruel, o governo não presta, os clientes estão sempre insatisfeitos, ganha-se mal, trabalha-se muito e, o mais assustador, não se acredita no que se faz. Esta é a parte que me arrepia até ao tutano, a frase que me causa um temor que chega aos ossos.

Viver-se a não acreditar no que se faz! E quantos de nós fazemos isso? É cansativo, tira a energia, e depois precisamos de falar mal, resmungar, olhar com raiva para quem se ri, está feliz, desejando sugar-lhe a energia até que essa pessoa se sinta tão mal quanto nós.

O mundo é cruel? Talvez! O governo não presta? Provavelmente. Os clientes estão sempre insatisfeitos? Tanto quanto nós. Enfim... aquilo que temos de meter na cabeça, ainda que seja à martelada, é que vivemos no mundo que construímos, e quanto menos nos responsabilizarmos por ele, apontando o dedo a tudo o que não presta, menos poder temos, menos mudança nos permitimos fazer.

Pelo menos, peguemos naquilo que temos e vamos fazer o melhor que sabemos com isso. Fazer algo em que não se acredita? Brincar às pessoas grandes!!!! Seremos sempre seres a fazer experiências e a esperar que tudo corra pelo melhor, seja qual for a idade que temos. Arrepia-me pensar em alguém que entre num hospital em perigo de vida e encontre um médico, ou uma enfermeira que não acredita no que faz. Que não trabalha porque o governo não presta ou o mundo é cruel. Que não faz "aquela coisa" porque não é a sua função e não é paga para isso.

Crescer, para mim, é pegar naquilo que me é dado, e cultivar o meu jardim. Com responsabilidade. Sabendo que pode não ser perfeito, mas é meu, tem a minha assinatura e, como tal, mostra quem eu sou. Fazendo o meu melhor. Pelo menos, o melhor que posso dar na altura.

terça-feira, outubro 21, 2008

Filosofia de Rua 2

Na antiga estação de Queluz-Belas:

Os animais são nossos amigos. Eu não como os meus amigos.
P.S. Aqui poderá haver divergência de opiniões. Compreendo.

segunda-feira, outubro 20, 2008

errrrr....

Numa semana com 4 reuniões de 3 horas cada e dois dias de formação, como é que esperam que o pessoal trabalhe??????

sábado, outubro 18, 2008

Da inveja...

Há algum tempo atrás perdi cerca de 6 kg. Voltei a ter 50kg, o que não é nada de extraordinário, visto eu ter pouco mais de um metro e meio.

No entanto, e porque sou baixa, 6Kg fazem diferença e sinto-me bastante mais confortável com o meu corpo, uma vez que sempre fui magra.

Isto não é assim tão importante. O interessante é o que os outros fazem disso. Quem me conhece e está mais interessado na minha pessoa do que no meu peso,sabe que me sinto melhor, elogia-me e não faz mais comentários. Mas eis o que perder peso pode causar em algumas mulheres,e aquilo que eu lhes devia ter respondido, mas não respondi, porque fiquei demasiado estupidificada a olhar para elas:

- Hmmm, andas a tentar competir comigo? - pergunta a gaja que costumo encontrar no café.
"Sim, claro, eu não emagreço para me sentir bem comigo mesma, mas para competir com uma pessoa que mal conheço e que reclamou durante não sei quantos dias com a sopa que comia para a fazer emagrecer. É a minha razão de viver!"


- Ah, estás tão magra!!! Não estás mal, mas antes tinhas um belo rabo, agora nem se nota! - comenta a mulher da sapataria, ao pé da minha casa, a quem costumo dizer bom dia.
"Primeiro que tudo, não sabia que tinhas o hábito de olhar para o meu rabo. Depois, como deves imaginar, satisfazer-te com o meu corpo não é a minha prioridade do momento."

-Hmmm, que magrinha! Não me digas, andas a dieta!!!! Toma cuidado, olha que já se vêem os ossos do ombro! - a colega invejosa lá do trabalho.
"Chama-se clavícula, burra! E claro que se vêem, a mim e a toda a gente! E não, não ando a dieta,mas se andasse, continuava a ser problema meu!"

Juro que não entendo. As pessoas não têm mais nada para fazer na vida? Preocupem-se consigo mesmos e não se comparem com os outros. Se não têm nada de agradável para dizer... não digam nada!!!!! Ninguém perguntou...

E a dor de cotovelo... cura-se com creme nívea!

sexta-feira, outubro 17, 2008

Um dia...

Um dia escreverei um post intitulado "Eu, ele e a Marta", sendo que a única personagem que permanece a mesma... sou eu!
A vida é estranha.
Um dia... escrevo-o mesmo!!!!

Esperar

Às vezes, andamos depressa demais. Muito trabalho, muitos pensamentos, muita correria. Muitas coisas importantíssimas!!!!

E depois temos de parar... e esperar pela nossa sombra. Porque até tudo o que é importante parece deixar de ter sentido, como se o fio condutor que nos recorda de quem somos tivesse ficado para trás, fosse esticado até ao limite.

Se não houver tempo, consciência e entrega, até aquilo que nos dá prazer fica sem sabor.

Vou sentar-me, aguardar pela sombra, pelo prazer. Arrumar cuidadosamente as minhas gavetas. Ver o que já não preciso, o que é essencial e o que é acessório. Usar o meu saco de energia com amor, sabendo que é precioso.

Ver se ainda me recordo de como se respira.

PS. Enquanto escrevia este texto, olhei duas vezes pela janela, o que não me acontecia há muito. Na primeira vez, apercebi-me de que o prédio da frente já não tem os andaimes habituais, e está pintadinho de fresco, lindo.
Na segunda vez, dois pombos pousaram no parapeito e olharam para mim, como se dissessem, "isso, isso! é mesmo por aí!" :)
Gosto, honestamente, destas confirmações!

quarta-feira, outubro 15, 2008

Filosofia de Rua

Num túnel, em Queluz Ocidental.

Ontem, passei por aqui. Estava contente.
Hoje, passei por aqui. Estou triste.
Resultado: ESTOU VIVO!!!!!

Blog Action Day - Pobreza!


Doar não é apenas coisa de quem tem dinheiro, mais tempo! Qualquer um de nós pode doar tempo, roupa, sorrisos... partilhar um conhecimento, uma história.
Não é coisa para se fazer apenas no Natal. Todos os dias há qualquer coisa que podemos fazer. Todos. Não apenas em algum.
Recebi um e-mail, há tempos, de um jovem que propunha criar uma conta em que toda a gente colocasse um euro por mês, e todos os meses, esse dinheiro seria doado a uma instituição.
Li sobre alguém que bebia o primeiro café do dia em casa, e colocava os 0,50€ numa caixa, para doar no final do ano.
Sobre quem escolhia, ao longo dos seus dias, os actos de caridade que mais o inspirassem e fazia um brainstorming de qual o seu poder de acção. Dar roupas, livros, comida.
Sobre quem lia histórias para crianças, como acto de voluntariado.
Sobre quem, no dia em que, inesperadamente, lhe pagam a refeição, guarda esse dinheiro para doar.
Ideias não faltam. E acções? Há um momento em que temos de escolher. Seremos parte do problema, ou poderemos fazer parte da solução?


terça-feira, outubro 14, 2008

Madrugar

6h18am
Linha de Sintra

A estação de comboio não estava cheia,mas imitava bastante bem.
Sensação estranha, esta. Eu ali, num dia em que tive de me levantar excepcionalmente cedo. Confrontei-me com o frio da madrugada, a noite escura como breu,o céu ainda estrelado e a Lua Cheia, prestes a pôr-se do lado oposto.

Estas pessoas, à minha volta, estão na sua rotina. Levantam-se às 5h30 da manhã, saem de casa às 6h para apanhar o comboio que as levará ao trabalho.

Entro no comboio e é outro choque. Está cheio. Tenho de passar para outra carruagem para encontrar lugar. Sento-me. No banco da frente,um bebé de casaco azul e chucha vermelha pisca na minha direcção. Sorrio-lhe. Abana-se, rindo! É o único, dentro da carruagem,que parece não ter sono.

Saio em Sete Rios e dirijo-me ao Expresso. Mais uma estação cheia,a música altíssima ecoa por todo o lado. Carrie, dos Europe (alguém se lembra?). Agora, para além do frio e do sono, estou a ter um pesadelo!


Definitivamente, hoje, comecei a dar mais valor à minha cama, aos meus horários, à minha vida!

segunda-feira, outubro 13, 2008

Jason

Alguém me explique como se eu fosse muito burra...

... o que me faz apanhar, amanhã, um Expresso para Évora, ÀS 7 DA MATINA??????????

Como desperdiçar energia... ou mulheres à beira de um ataque de nervos!!!!

Ela - Estou?
Ele - Sim...?
Ela - Estou? Sou a ...
Ele - Estou?.....

(chamada desligada)

Ela olha para o telefone.
"Ligo outra vez? Não, não ligo. Será que ele percebeu que era eu? Ele que ligue. Ou ligo? Será que desligou a chamada? Idiota! Não vou ligar! Deveria ligar? O que vai ele pensar? Não, não ligo. Que gajo mais estúpido!"

Duas horas depois, ela liga.
Ela - Estou?
Ele - Oi! Foste tu que ligaste há bocado?
Ela - Sim, e tu desligaste-me o telefone na cara!
Ele - (rindo) Não, estava dentro de um elevador e perdi a rede. Pensei que ias ligar a seguir.
Ela não diz nada, mas sente que o sol voltou, mesmo às 20h da noite.

...

Parabéns, Bisturi!!!!!!!


Shoes obsession day

Não sou fã de sapatos. Gosto de sandálias e de botas. Adoro botas. Por isso, o Outono, no que respeita a calçado, é a estação infernal, para mim.

Demasiado calor para botas, demasiado frio para sandálias. Vou alternando entre os dois, um dia de frio, um dia de calor.

Este ano tem sido pior. Muito frio de manhã e à noite, um calor abrasador a meio do dia. A população lisboeta rendeu-se aos ténis.

Finalmente, tomei a decisão de que, provavelmente, seria melhor comprar uns sapatos. Como nem sequer gosto de sapatos, sou o ser humano mais esquisito na face da Terra, no que respeita a escolhê-los. Corri mil e uma sapatarias. Olhei, vi, mexi, saí, regressei, voltei a sair. E, encontrei dois ou três que me satisfaziam, enquanto espero que o tempo me permita o uso confortável das minhas adoradas botas.

A resposta, aos três sapatos, foi a mesma. "São de adulto. Só existem a partir do 36. Não se fabricam abaixo desse número."

E eu questiono-me. Serei a única mulher adulta portuguesa que calça o 34/35? É que, na secção de criança, não existem sapatos de salto!!!!!

sexta-feira, outubro 10, 2008

Mude

Mude
(Edson Marques)

Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais...leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...outra marca de sabonete, outro creme dental...tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda !

SPM

Hoje...

quinta-feira, outubro 09, 2008

Cheiro de Outono

Saio apressada, o tempo, sempre o tempo... A mala no ombro, a pasta creme na mão direita.

Estou atrasada, mas escolho a caminhada, em vez do metro. O vento gelado do Outono é, de alguma forma estranha, um calmante.

Apresso o passo. A avenida parece mais longa do que o costume.

Chego à Praça e procuro a forma mais rápida de a atravessar. Envolve-me o cheiro cinzento, quente, guloso. Abrando subtilmente. É um odor infantil, regressivo. Um cheiro de tardes de chuva, de passeios no parque, de língua queimada. Um cheiro de mãos acinzentadas e calçadas sujas de cascas meio castanhas, ainda. Um cheiro salgado.

Paro e compro o pacote. 12. Saboreio a primeira, como se fosse a primeira vez.

O tempo é sempre relativo. E tudo o mais pode esperar.

Perguntas!

A filosofia do Pssst...

Considero-me verdadeiramente leiga neste assunto. Por mais voltas que dê à cabeça (na verdade não perco assim tanto tempo com isso!) não consigo encaixar o como, porquê, ou para quê, de um "Pssst!" de rua, por parte de um desconhecido...

Os assobios, dinossauricos, mas de algum infeliz modo fazendo parte da cultura masculina, irritam-me. Mas percebo-os. Apesar de, na maior parte das vezes, não o verbalizarmos em voz alta, nós, mulheres, também gostamos de olhar e admirar um homem que foi favorecido pela natureza. E até o comentamos entre nós.

Os piropos são verdadeiramente secantes. Porém, apesar de raro, quando ouço um piropo original, criativo, divertido e não ordinário, até sou capaz de sorrir. Devia ser esse o objectivo primário deles... digo eu.

Agora o famoso "Pssst!"...???? O que raios é isto? Recorda-me chamar um gato... ou enxotar um gato... ou uma mosca e esvoaçar à volta do nosso nariz, naquelas tardes de Verão escaldantes em que, saberá Deus porquê, o nosso nariz parece o que de mais apetitoso existe para uma mosca...

É um verdadeiro mistério, o "psst!". Qual o objectivo? Que se olhe? Para quê? Qual a mais valia? A realização? O objectivo esotérico máximo subtilmente escondido atrás de um "Psst!"? Se alguém tiver ideias... agradeço.

terça-feira, outubro 07, 2008

Se eu fosse um super-heroi...

O maior espectáculo do mundo

Ontem, na conversa com uma amiga querida, recordei uma história (muito) antiga, daquelas que nos mostram que, se não há alguém lá em cima a rir-se de nós (e dos nossos dramas pessoais), pelo menos a vida é bastante mais intensa do que qualquer romance.

Eu estava apaixonadérrima. Há oito meses que nada mais via à frente do que ele. E, de repente, em plena Lua Cheia, numa noite de Verão, vi-me nos braços dele, a concretização dos meus sonhos mais loucos. Foi tudo perfeito, eu não estava de vestido comprido e saltos altos, mas de calças de ganga elásticas e ténis all star, e não deixei um sapato no caminho, pois os ténis são difíceis de sair do pé e, de qualquer das formas, ele pôs-me em casa de madrugada. Mas não podia ter sido mais perfeito.

O sorriso que me rasgava a face de uma ponta à outra foi diminuindo com o passar dos dias. O meu príncipe não telefonava. A concretização do meu sonho perfeito começou a ser ensombrada pelas dúvidas mais negras que uma adolescente pode ter.

Era sábado da semana seguinte. Eu estava com um amigo num Bar, a jogar matraquilhos, quando ele entrou, acompanhado de uma loura estonteante, com um minúsculo vestido branco justinho e uma pose daquelas que faz lembrar as meninas da Playboy (se calhar até não, mas é a imagem que mantenho dela até hoje). Petrifiquei, com a imagem e o pensamento absurdo "isto acontece nos filmes, não na vida real".

Mas estava a acontecer. Respirei fundo, mantive a pose toda a noite, falei-lhe como se nada estivesse a acontecer e aguentei firme. O idiota ainda teve a grande lata de vir jogar matrecos contra mim... e ganhou!!!! Só quando cheguei a casa desabei num pranto interminável.

Domingo seguinte. Apanho o Intercidades das 18h (que só havia aos domingos e, por causa dos estudantes, tinha mais uma carruagem do que habitual). Tinha comprado o bilhete (com lugar marcado) na sexta feira anterior. Eram 4 carruagens com 116 lugares cada.

Imaginem QUEM tinha lugar marcado ao meu lado???? :)
A loura estonteante, "carinhosamente" apelidada pelas minhas amigas de " de Pato". Sim, porque com razão ou não, as amigas protegem-se sempre umas às outras.

Passei metade da viagem sentada no Bar, enjoada demais para regressar ao meu lugar. E a pensar que nem nos filmes a coisa costuma ser tão sarcástica.

Blogues com sucesso

Pois é.
A festa de lançamento do primeiro livro da Joana teve lugar no dia 4 de Outubro, no Onda Jazz, numa simpática festa cheia de gente.

Tive a oportunidade de ir e o privilégio de fazer a apresentação do livro, e da autora.

Uma salva de palmas para ela e um enorme beijinho cheio de desejos de sucesso!!!!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Partilhar

Complicadas, as tarefas que me dás. Como se não soubesses que o "essencial é invisível aos olhos".

Do que preferes que fale? Do quanto me senti "casada" contigo desde o primeiro momento? De que te escolhi porque te amo? Que sinto orgulho por seres o pai maravilhoso que és? Sim, é tudo verdade.

Mas, ainda assim, eu tenho pouco para dizer. Sou instável, sonhadora, gosto de florear a vida ao sabor das memórias e com um toque de escrita. A minha alma a ninguém pertence e desejo que assim seja sempre.

Mas partilho-a contigo. Não apenas os sorrisos, mas a sombra que me habita. É ao teu lado que acordo sem maquilhagem, confiando que o teu amor consegue ver para além do meu rosto inchado e ensonado. Tal como te vejo a ti.

Já me habituei a desviar-me do caminho quando estás irritado, não porque te evito mas porque sei que precisas de respirar. E a dizer-te quando quero chocolates... ou quando pura e simplesmente quero discutir.

Sei que gostas do silêncio da noite e que preferes que eu vá dormir mais cedo, de vez em quando, para teres um momento só para ti. E que resmungas acerca de mais 80% das coisas do que era, de facto, necessário.

Tal como sabes que não gosto de mudanças repentinas de planos e fazes um enorme esforço para não me enfureceres, mesmo que aches que é uma parvoíce.

E fazes as mais absurdas cenas de ciúmes pelos assuntos mais idiotas, mas depois és o mais fabuloso dos homens e me permites ser quem sou, porque acreditas que o meu amor também consegue ver também mais longe.

Partilhamo-nos, descobrimo-nos, conhecemo-nos, ultrapassamos barreiras, esperamos que as tempestades passem, queremos sempre mais e melhor. Temos muitos pequenos pormenores que são só nossos. Não é fácil e ninguém diz que é para sempre. Mas é nosso, só nosso, a nossa forma de estar, de ser família. E eu não queria de outra maneira.

Diz-me, agora, será esta a declaração de amor que querias?