Às vezes, andamos depressa demais. Muito trabalho, muitos pensamentos, muita correria. Muitas coisas importantíssimas!!!!
E depois temos de parar... e esperar pela nossa sombra. Porque até tudo o que é importante parece deixar de ter sentido, como se o fio condutor que nos recorda de quem somos tivesse ficado para trás, fosse esticado até ao limite.
Se não houver tempo, consciência e entrega, até aquilo que nos dá prazer fica sem sabor.
Vou sentar-me, aguardar pela sombra, pelo prazer. Arrumar cuidadosamente as minhas gavetas. Ver o que já não preciso, o que é essencial e o que é acessório. Usar o meu saco de energia com amor, sabendo que é precioso.
Ver se ainda me recordo de como se respira.
PS. Enquanto escrevia este texto, olhei duas vezes pela janela, o que não me acontecia há muito. Na primeira vez, apercebi-me de que o prédio da frente já não tem os andaimes habituais, e está pintadinho de fresco, lindo.
Na segunda vez, dois pombos pousaram no parapeito e olharam para mim, como se dissessem, "isso, isso! é mesmo por aí!" :)
Gosto, honestamente, destas confirmações!
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