quinta-feira, agosto 03, 2006
Estar ou não estar....
Há dias destes... em que, por mais que procure, não estou em parte alguma. Pura e simplesmente não me encontro.
Às vezes busco-me até à exaustão, procuro na mente coberta de pensamentos vagos e listas intermináveis de coisas não prioritárias por fazer, um vislumbre do meu ser. Nestes dias acabo cansada e triste, com a sensação vazia de nada ter sido acabado, de nada ter sido planeado, de nada ter sido iniciado, de nada ter sentido.
Noutras alturas, finjo que não percebo, continuo o meu dia como se ele fizesse sentido, como se estivesse de facto aqui, a habitar o meu corpo.
Também é parte de mim, este não estar, mas de facto a sensação de não estar presente, de não ser achada por mim mesma é... um não estar angustiante!!!!
Quero emergir!!!!!
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5 comentários:
Esse estar é doloroso, uma série de questões sobrepõem-se umas às outras e não se consegue dar respostas a nenhuma delas. Mas é tão bom quando conseguimos ver por uma fracção de segundos aquilo que podemos ser e vir a ser .. e esse turbilhão de pensamentos, ideias, questões, esgotamento, negação, tristeza, dor.. deixa de não fazer parte de nós. E sem esse turbilhão de coisas não nos colocaríamos em questão se estamos no caminho daquilo que somos. Afinal as certezas podem ser como vendas para os olhos.
Ainda a relação...
O "não estar", pode ser o "não estar em relação..."
Não estar ligado; não estar pertencendo.
Se for isto, reiniciar um estado de relação pode fazer emergir. Talvez.
Sem dúvida que sim.
É o pormo-nos em causa que nos faz andar.
As certezas são os momentos de paragem, e por mais prazerosas que sejam, um dia morrem ser darmos conta, e temos certezas tão vazias quanto eram as dúvidas...
Há que as abanar, de vez em quando, para actualizarmos o ser, para que o imortal em nós possa ilimitar-se, sem a prisão das nossas certezas!!!
Neptuna, as tuas opiniões são bonitas...
Um conjunto plural é sempre mais forte e mais numeroso do que um elemento isolado, por muito que custe à própria matemática. A tormenta da escolha do caminho é sempre preferível à paragem dos inertes, apesar da dor da física e da biologia. Se não temos disciplina nenhuma, mais tarde ou mais cedo aprenderemos que devíamos ter seguido uma escola. Ninguém está sózinho, aparentemente...
Todos nós, seres pensantes que divagamos por este mundo redondo, temos os nossos momentos de rotura, de solidão, de incerteza, de agonia, de sofreguidão por algo desconhecido, todos nós temos com maior ou menos necessidade e periodicidade a necessidade de sermos mais, de nos ultrapassar-mos, de nos sentirmos melhores, de nos superarmos, mas as vezes isso não é possivel, ou melhor, as vezes temos de parar, olhar em volta, analisar, sistematizar, assimilar, acreditar e seguir novamente, os momentos de paragem, são apenas o inicio de mais outro momento de locomoção...
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