sábado, agosto 05, 2006

O pôr da Lua



Deitei-me tarde. Seriam 2, 3 da manhã? Não me recordo, mas era tarde, porque a noite eu tinha-a vivido intensamente. Tinha rido, bebido, dançado, cantado. Tinha sonhado acordada com os teus olhos e tu olhavas-me, deixando um sopro desse sonho na minha pele.

Por isso estranhei quando bateram na porta. Geralmente, a essa hora da noite tudo o que havia eram as vozes de outros que regressavam a casa, depois de noites mais longas do que minha. Ou o silêncio envolvido pelo barulho das ondas na praia.

Fui abrir a porta. Na minha mente não surgiram medos de estranhos, de assaltos... não existiam essas preocupações, na praia ou no meu ser.

Eras tu.
- Já alguma vez viste um pôr da Lua?
Pegaste-me na mão antes que tivesse tempo de responder-te e arrastaste-me passadeira acima, até ao banquinho verde. O meu banco da praia.
E foi aí que vimos um esplendoroso pôr da Lua. A Lua Cheia mergulhando suavemente no mar, numa noite quente e escura, com um imenso mar de estrelas por cima de nós.

Nada mais disseste. Eu sabia que a tua ligação com a Lua era forte e teres vindo de propósito partilhar esse momento comigo dizia-me muito mais do que qualquer das tuas palavras teria transmitido.

Viemos de volta, disseste até amanhã e foste-te.
Nunca te agradeci a forma como demonstraste ter gostado da minha companhia nesse Verão.
Obrigada.

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