Bateste novamente à porta, hoje. Não acordei, talvez porque uma parte de mim queria ver se estavas bem, se a tua rudeza ainda combinava com o teu encanto.
É estranho, quando surges assim do inesperado, do incontrolável. Ainda não percebi se é agradável ou assustador.
Abri com cuidado, não fosses tu entrar de rompante, levando atrás tudo aquilo que me esforcei tanto por guardar.
Sorriste, pediste licença, sentaste-te em cima da antiga arca da minha avó.
Quiseste um café.
- Mas... tu não bebes café!!!
Sorriste de novo.
- Estou no teu sonho, posso fazer tudo aquilo que te agradar. Como saborear um café contigo.
Bebemos o café em silêncio, olhos nos olhos. O aroma da bebida somado à cor dos teus olhos... o que poderia haver para dizer???
Depois despediste-te e, à porta, olhaste-me de novo.
- Volto quando me quiseres aqui.
- Acho que não vou querer, sabes?
De novo o sorriso.
- Volto então, quando me apetecer...
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