sexta-feira, junho 02, 2006

A casa



Foi tudo o que conheci de verdadeiramente seguro, na vida. O meu lugar, o meu tesouro, o meu espaço sagrado para me resguardar do tempo e do mundo.

Mais tarde, a Vida ensinou-me que a segurança não pode vir de fora, mas apenas de dentro de nós. Tive, por isso, que perder o meu resguardo…

Mas ainda hoje, quando me apetece procurar um espaço sagrado no coração, imagino-me no pátio da minha casa de madeira. Olho o dia que se começa a desvanecer, o calor forte que me invade os sentidos e os deixa num estado entre a ansiedade e a expectativa.

Abro o portão e subo a passadeira de cimento que dá para a praia. De ambos os lados, casas de pessoas que me viram crescer, que me viram olhar o mundo de formas tão diferentes de hoje.

Chego ao cimo, onde acaba o cimento e começa a areia da praia. Sento-me no banquinho verde, do lado esquerdo da passadeira, e lá fico a sentir o aroma a maresia, a brisa no rosto… e a olhar o Sol laranja que se põe no mar.
Pelo respostas e peço Amor. Amor por mim, agora. Amor por mim.