sábado, dezembro 08, 2012

Tempos


E se calhar chegou mesmo o tempo.
Do Amor. De ser coração – sem luzes cor de rosa e flores de arco-íris, se bem que são bem-vindas na mesma – inteiro.
De olhar-te até me diluir em ti, de abraçar-te até aos ossos, de não me diminuir, não me minimizar fingindo que sou somente metade.
De ajoelhar à vida “como” se fosse sua filha, sua amante, sua mãe.
De tratar o útero onde vivo como a minha casa.
De abrir as portas da minha casa e do meu coração a quem precisa e de respeitar os meus espaços e os meus tempos.
De tratar-te como se parte de mim fosses, tendo contigo a mesma responsabilidade que tenho comigo - e isso não é dependência.
De enfrentar e abraçar os fluídos do meu corpo e as lamas da minha mente, tanto quando as lágrimas da minha alma.
De colocar as mãos na terra e reverenciar aquilo que como. De dançar em sintonia com a vida que me coube e com o que dela faço.
De Celebrar-me.
De celebrar-te.
De não te permitir a aparência, a superficialidade, a fuga de ti e de mim.
Se calhar chegou o tempo de saber que tudo se passa dentro de mim, mas o que realmente conta é o que faço cá fora com isso.
De não me fechar.
De te abrir.
Se calhar chegou o tempo de aceitar a humanidade espiritual que me abarca.

1 comentário:

Unknown disse...

Como diria alguém um dia no meu blog:
"Este texto é das coisas mais perfeitas que já li nos últimos tempos..." ;)
Beijinhos grandes e espero que estejas bem e feliz.