quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Relatividade


No outro dia, fazendo um editorial de um site, dei por mim a reflectir sobre o que é que 32 anos de vida me tinham ensinado.


E lembrei-me dos meus anos de curso. Da forma como no 2º e 3º ano sentia que sabia imenso, qua era claramente superior, pelo menos naquela matéria, do que "os outros". E de como no final do curso me sentia uma tonta, uma perfeita ignorante, uma incapaz, e de como desejei começar o curso do principio, para ler todos os livros, para ir a todas as aulas, para me dar a ilusão patética de que tinha feito tudo o que havia para fazer....

A minha vida, estranhamente, faz o mesmo percurso.

Na adolescência, e nos anos que se seguiram, sentia-me tão cheia de mim. Com tantos conceitos, ideias feitas, certezas do que estava certo e do que estava errado. E, se para os outros a concepção de certo fosse diferente da minha.... obviamente que o erro era deles. :)

O que me dava uma mórbida sensação de insegurança sempre que o mundo parecia sair dos limites do mundinho pequeno e cheio de certezas que eu tinha construído para mim.

Então, e porque a vida me leva sempre para onde eu disse anteriormente "nunca farei", como para me fazer render à evidência da minha própria arrogância, os anos foram-me fazendo perder certezas.

Perder certezas!!!! Foi talvez a maior aprendizagem da minha vida, até agora. Conhecer os outros lados dos "outros". Perceber que ninguém é maioritariamente mau ou bom. Que toda a gente tem a sua razão para fazer o que faz. De alguma forma, isso faz-me sentir mais inteira, hoje.
E na maioria das vezes, não há problema. Pura e simplesmente está certo. Ser fiel à alma.

Sem comentários: