segunda-feira, agosto 31, 2009

Nonsense, again...

Apoderou-se dela uma angustia letárgica, daquelas que quase não se sente, a não ser na alma. Havia uma tensão no ar, um receio que era praticamente uma certeza, como um ferro em fogo que acabaria por marcar, mais tarde ou mais cedo.

Não era um desgosto, uma suspresa, uma tristeza sem fim... esperava-o há tanto... quase que o desejara, pois que a imaginação é mais forte que a realidade, e não tem limites. Mas agora, que se aproximava, o seu corpo mantinha um pequeno ponto apertado no meio do peito, inclinado à esquerda, naquele local que chamamos de coração.

"Não é nada de mais. Tu própria já o viveste." - repetia, vezes e vezes se conta, sabendo que sim, que estava certa. Mas no íntimo, sabia que nada mais seria igual. Que o seu mundo de fantasia se recolheria cada vez mais à fantasia, sem escape de realidade, pois que esta só lhe trazia aquilo que nunca seria para ela.

Uma parte de si ficava feliz. O amor não é egoísta e queria, antes e mais, vê-lo bem, saber que as escolhas que fizera eram as melhores para ele. Isso bastaria por agora.

Havia porém a outra parte. A que se recolhia em silêncio. A que tinha uma vontade desmesurada de chorar, de se deixar quebrar em mil pedaços e perguntar à vida porque tivera de ser assim. Não o faria.

Viveria feliz, seguiria o seu rumo, concretizaria os seus sonhos... os seus outros sonhos... e no íntimo, haveria sempre aquela gota... aquele pedaço de si que pertencia à fantasia, e onde ele habitava o seu coração.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Fase de ninho

Devo a longa ausência aqui ao canto, a uma fase que já não me lembrava, tendo em conta que a última foi há 5 anos atrás.
A Fase de Ninho.

Pois. Aqui a Lita, cujos dotes de dona de casa nunca foram grandemente desenvolvidos, nem por jeito, nem por vontade, agora deu-lhe para decorar, organizar, mudar, pintar, arrumar e tudo o que lhe vai dando na gana. As coisas começaram pela simples muda de vaso das plantas, e agora já vão no mudar as divisões da casa.

A verdade é que a coisa me tem dado alguma pica. E por isso, vou manter-me bastante atarefada... vou passando por aqui, para escrever qualquer coisinha, ou apenas para vos ler, o que é muito bom.
Até já!

PS: Ao que parece o meu post anterior foi invadido de comentários em chinês... o que não seria um problema, se eu os conseguisse ler...
Coloquei algumas frases no tradutor online e percebi que é publicidade. Comigo, não vão longe, só percebo inglês e vou arranhando francês e espanhol... logo.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Falhas de equilíbrio...

Esta pintura magnífica é o aspecto da minha coxa, neste momento.

Ao que parece, a menina Lita ainda não se acostumou ao novo peso, ou sequer, ao novo centro de gravidade. Assim, ao tentar subir um banco fraquíssimo, de plástico - que comprei para a filhota e sempre serviu para mim - com o objectivo de chegar a uma prateleira... lembram-se de que eu meço pouco mais de um metro e meio????!!!

Pois, o bicho partiu-se e lá vem a Lita por ali abaixo. A coxa conseguiu acertar em todos os botões da máquina de lavar... uma proeza digna de um génio. Como se vê pela pintura fenomenal... agora já consigo mexer a coxa, o que não acontecia há uns dias...

Enfim, entre o esquecimento e o desastre, começo a ter medo de mim própria...

quinta-feira, agosto 13, 2009

Prémio

A minha amiga Andy ofereceu-me este belo prémio, que não é muito merecido, uma vez que tenho vindo aqui tão pouco, e os meus escritos andam instáveis, como eu...

De qualquer modo, agradeço muito. E deixo-o aqui, para todos vós. Beijos

quarta-feira, agosto 12, 2009

Estrelas cadentes


Sento-me no banco, junto à janela, com ela, tentando explicar de uma forma suficientemente mágica o que são estrelas cadentes... percebe perfeitamente, digo-lhe que não, daqui da cidade, com as luzes, talvez não consigamos ver estrelas cadentes, porque há muita luz...

Responde-me que não, que vai ver uma estrela cadente e, nesse instante, vemos as duas uma, brilhante, enorme, talvez uma das maiores que eu já vi, e ela formula e seu mágico desejo em voz alta... deixando-me o coração quente. O Universo continua a dar-lhe tudo o que pede e, ela e ele, continuam a ensinar-me lições importantíssimas.

Respiro a brisa fresca da noite, a primeira, depois deste dia em que destilei horas a fio... e sinto o Verão a invadir-me... sempre adorei o cheiro do verão ao cair das noite. Sou levada pelas memórias do tempo para uma altura em que era eu que tinha a idade dela e o meu pai agarrava numa manta de retalhos e levava-me com ele para a praia. Ali ficávamos, deitados, olhando o céu e sentindo o absoluto sobre nós. Era tão maravilhoso quanto assustador.

Mais tarde, em volta de uma fogueira, o grupo de adolescentes prometia que passaria a noite em claro para ver a chuva de estrelas. Depois de muito riso e chouriço assado no pão, a promessa começava a desvanecer-se. Nessas noites, nunca passei das duas da matina. O sono tornava-se mais forte e eu rumava a casa, que o frio não brinca na praia, mesmo em pleno verão...

Invade-me uma saudade profunda, saudade dos cheiros do verão, das ansiedades do verão, das noites mais escuras e das estrelas mais brilhantes. Só anos mais tarde, de namoro no meio do Alentejo percebi que há noites mais escuras do que as do meu canto, onde se avistam mil e uma estrelas. Mas essas noites não tinham os cheiros, a areia, a brisa, os risos e as lágrimas, e, como tal, ainda acredito que ali, no meio de um local onde pertenço, a noite é mais escura e as estrelas mais brilhantes...

Escuto os meus ritmos. Foi um ano atribulado e eu sabia que teria de parar e esperar a minha sombra, como o outro do provérbio árabe. Aceito. Espero, aguardo, semeio dentro da minha alma novas fontes, projectos, novas gargalhadas. É um tempo de viver um dia atrás do outro. Não há maior lição de aqui e agora, do que a maternidade. Aprendi isso com a pipoca e aprendo tudo novamente, como se fosse a primeira vez. Não há nada errado em reaprendermos lições importantes.

Dizem que o Mar está zangado comigo... não acredito. Quem conhece a minha alma, sabe de que matéria é que sou feita, aguarda... silenciosamente, e com a certeza de novos mergulhos, novos cheiros, novos desejos formulados em segredo. Não há cobrança para quem é feito da mesma essência.

Regresso às estrelas cadentes. Ouço-os ali, à janela. Sentem o verão e aguardam-me. O presente tem sempre coisas mágicas... como todos os instantes.

domingo, agosto 09, 2009

Musica ao... Domingo?

O meu habitual post de sábado, que nem sempre tem aparecido, graças às minhas hormonas instáveis, desta vez vem ao domingo. Isto porque ontem à noite encontrei esta pérola.

Enjoy!

sábado, agosto 01, 2009

Nota: desencontros

Porque é um blog para seguir uma história, que está a chegar ao fim, e porque preferimos que seja desta forma, resolvemos tornar o (Des)encontros ( contosdealgibeira.blogspot.com )privado. Convidámos os seguidores - que tinham mail no perfil - a terem acesso ao mesmo. No entanto, quem estiver a seguir a história, ou quiser fazê-lo, e não tiver sido convidado, peço que envie um mail para pequenospormenores@hotmail.com e eu tratarei do assunto com brevidade. Obrigada!