A D. Isabel partiu ontem de manhã, depois de 77 anos de uma vida dura. Não tive muito contacto com ela. A primeira vez que a vi foi há uns 10 anos e estava bastante envergonhada, pois entrei na casa dela às 3 da manhã, depois de ter perdido todos os transportes e passei a noite com o N.
Ela não fez qualquer comentário e resolveu a dissonância dentro dela começando a tratar-me por "a noiva do N.". Depois disso, vi-a mais 4 ou 5 vezes. Sempre amável e, depois de puxar conversa, com uma lágrima no olho, fruto de uma vida que não correu como esperava.
Não casou com o homem que mais amou, depois do marido falecer começou a passar dificuldades, para além do filho toxicodependente que ela se recusava a abandonar e a quem dava todo o (pouco) dinheiro que tinha. Se não a mãe a ficar com ele, quem mais o fará? A saudade dos netos é que a desgastava.
Criou o N. como uma mãe, e por isso ele lhe chamava carinhosamente Avó Isabel. Achamos que ela finalmente está em paz. Provavelmente, esta era a única forma de o conseguir, pois o cansaço da vida que levava estava de facto a matá-la. E conseguiu fazê-lo.
Gosto de pensar que ela olhou para a sua vida e viu momentos de ternura, de amor, alegria. Que não se arrependeu das suas escolhas. Que encontrou um sentido. Dói menos.
Foi amada e não será esquecida.
quinta-feira, novembro 29, 2007
segunda-feira, novembro 26, 2007
O outro lado da moeda (again)
O despertador toca e são 7 da manhã. Não quero acordar, mantenho-me na cama até às 7h20, numa ronha morna e sonolenta.
Levanto-me e, ao chegar à cozinha, a aberrante visão de uma montanha de louça para lavar!!!
"Porra!"
Enfureço-me. Discuto com o N, não para o culpar (ele nem esteve em casa ontem), mas para extravasar. Chamo o L. e dou-lhe uma descompostura das grandes. Se eu cozinho, eu não lavo a louça e este TEM de ser lavada. Entendidos? Ele começa a lavar a louça.
Saio porta fora a pensar porque é que uma pessoa acorda bem-disposta a uma segunda-feira de manhã para ter de encarar coisas destas.
Estranhamente, vem uma resposta diferente das habituais.
"Porque TENS uma família. Porque cresces dentro desse ninho, com as bençãos e responsabilidades próprias desse estado. Porque ela é a portadora dos teus maiores desafios e é por isso que se chama Família. Os teus maiores desafios estão ao teu lado, para mais facilmente os poderes ver e ultrapassar."
Resposta estranha e sábia. Algo mudou por aqui. Ainda não sei definir, mas sinto-me novamente bem-disposta. E a louça ficou lavada.
Levanto-me e, ao chegar à cozinha, a aberrante visão de uma montanha de louça para lavar!!!
"Porra!"
Enfureço-me. Discuto com o N, não para o culpar (ele nem esteve em casa ontem), mas para extravasar. Chamo o L. e dou-lhe uma descompostura das grandes. Se eu cozinho, eu não lavo a louça e este TEM de ser lavada. Entendidos? Ele começa a lavar a louça.
Saio porta fora a pensar porque é que uma pessoa acorda bem-disposta a uma segunda-feira de manhã para ter de encarar coisas destas.
Estranhamente, vem uma resposta diferente das habituais.
"Porque TENS uma família. Porque cresces dentro desse ninho, com as bençãos e responsabilidades próprias desse estado. Porque ela é a portadora dos teus maiores desafios e é por isso que se chama Família. Os teus maiores desafios estão ao teu lado, para mais facilmente os poderes ver e ultrapassar."
Resposta estranha e sábia. Algo mudou por aqui. Ainda não sei definir, mas sinto-me novamente bem-disposta. E a louça ficou lavada.
domingo, novembro 25, 2007
True Love
Foi aos 17 a primeira vez que os pais o deixaram sair à noite. E era uma noite especial,o baile do liceu.
Entusiasmado, ansioso, feliz,vestiu a sua melhor roupa e caminhou até à noite mágica.
A primeira vez que saía, nada podia ser desperdiçado. E ali estava ela. A razão da sua existência. A rapariga mais bonita da escola. Olhava-a de soslaio, envergonhado, enamorado, sonhador.
"Black magic woman", a música que tanto gostava, nos Top's, na altura. Encheu-se de coragem e convidou-a para dançar. Era uma noite mágica. Ela aceitou dançar com ele.
Senti-la nos braços, ao som da sua música preferida. Cheirar o seu cabelo, sentir a maciez da sua face. Existem instantes que duram para sempre. E ainda assim são curtos demais.
A música acabou e levou-lhe a sua amada. Ele não era popular, tinha uma bicicleta. Outros tinham motas, ou carros.
E 40 anos se passaram.
Um dia, algum tempo depois do seu divórcio,trabalhava no escritório quando, na rádio, se ouve o som de "Black Magic Woman". Parou o que estava a fazer. Cada acorde trazia a sensação de a ter nos braços,o coração afogueado, o cheiro do seu pescoço. O amor puro e forte que sentia por aquela rapariga. A emoção do primeiro amor.
Resolveu ligar-lhe. Conseguiu o número através do liceu. Falaram duas horas e meia ao telefone. Combinaram encontrar-se. E, desde esse encontro, nunca mais se separaram.
Ele viaja muito a trabalho e ela acompanha-o. Quando não o faz, o reencontro é cheio de abraços, beijos e risos.
Quando olho para eles, não me é difícil ver um menino de 17 anos completamente apaixonado pela rapariga mais bonita da escola. E o olhar de admiração e amor que ela lhe oferece aquece o coração de qualquer um. Vê-los é uma prova de que tudo é possível.
Entusiasmado, ansioso, feliz,vestiu a sua melhor roupa e caminhou até à noite mágica.
A primeira vez que saía, nada podia ser desperdiçado. E ali estava ela. A razão da sua existência. A rapariga mais bonita da escola. Olhava-a de soslaio, envergonhado, enamorado, sonhador.
"Black magic woman", a música que tanto gostava, nos Top's, na altura. Encheu-se de coragem e convidou-a para dançar. Era uma noite mágica. Ela aceitou dançar com ele.
Senti-la nos braços, ao som da sua música preferida. Cheirar o seu cabelo, sentir a maciez da sua face. Existem instantes que duram para sempre. E ainda assim são curtos demais.
A música acabou e levou-lhe a sua amada. Ele não era popular, tinha uma bicicleta. Outros tinham motas, ou carros.
E 40 anos se passaram.
Um dia, algum tempo depois do seu divórcio,trabalhava no escritório quando, na rádio, se ouve o som de "Black Magic Woman". Parou o que estava a fazer. Cada acorde trazia a sensação de a ter nos braços,o coração afogueado, o cheiro do seu pescoço. O amor puro e forte que sentia por aquela rapariga. A emoção do primeiro amor.
Resolveu ligar-lhe. Conseguiu o número através do liceu. Falaram duas horas e meia ao telefone. Combinaram encontrar-se. E, desde esse encontro, nunca mais se separaram.
Ele viaja muito a trabalho e ela acompanha-o. Quando não o faz, o reencontro é cheio de abraços, beijos e risos.
Quando olho para eles, não me é difícil ver um menino de 17 anos completamente apaixonado pela rapariga mais bonita da escola. E o olhar de admiração e amor que ela lhe oferece aquece o coração de qualquer um. Vê-los é uma prova de que tudo é possível.
sábado, novembro 24, 2007
Coaching
Ontem, fez 6 meses que fiz a minha certificação em Coaching. 10 dias tão especiais que, a cada vez que penso neles, ainda sinto um calor no coração.
Fizemos um jantar, onde só puderam estar algumas pessoas, mas com a feliz coincidência de poderem estar presentes os formadores, que não vivem no país. Senti uma alegria imensa por, naquele grupo, não existir o factor tempo (coisa que só sinto num número especial de amigos). Era como nunca nos tivéssemos afastado. Foram 5 horas de intensa alegria, conversas interessantes um verdadeiro e profundo afecto por todos.
E ouvir o Manfred, um ser humano magnífico, com um coração do tamanho do mundo. E sua simplicidade, sabedoria e alegria. Uma daquelas pessoas que, sem dúvida, causa aquele desejo... "quando for grande,quero ser como ele!"
Nele, é fácil recordar a filosofia do coaching.
O cliente tem as respostas.O coach, as perguntas.
Fizemos um jantar, onde só puderam estar algumas pessoas, mas com a feliz coincidência de poderem estar presentes os formadores, que não vivem no país. Senti uma alegria imensa por, naquele grupo, não existir o factor tempo (coisa que só sinto num número especial de amigos). Era como nunca nos tivéssemos afastado. Foram 5 horas de intensa alegria, conversas interessantes um verdadeiro e profundo afecto por todos.
E ouvir o Manfred, um ser humano magnífico, com um coração do tamanho do mundo. E sua simplicidade, sabedoria e alegria. Uma daquelas pessoas que, sem dúvida, causa aquele desejo... "quando for grande,quero ser como ele!"
Nele, é fácil recordar a filosofia do coaching.
O cliente tem as respostas.O coach, as perguntas.
quinta-feira, novembro 22, 2007
New Shopping in town
Na busca dos presentes de Natal para a filhota (sim,aos 3 anos já se escrevem cartas ao pai Natal... cartas muito assertivas!!!! :)), fui ao Jumbo, que agora faz parte do novíssimo Centro Comercial Allegro.
Já tinha visto coisas equivalentes, mas ainda assim, fiquei boquiaberta. A febre do Natal faz mal aos comerciantes,definitivamente. É que abriram um Centro Comercial que está, literalmente, em obras. Os elevadores ainda não funcionam, 80% das lojas está fechada, o chão está sujo de cimento, tinta e sabe Deus que mais. Polícia ali à volta,porque,com as obras na estrada, e os camiões de mercadoria à mistura, o trânsito está um caos.
No meio da minha incredulidade e sentido crítico, recordei que há um equilíbrio em tudo, só temos que o procurar.
:) Ali estava o outro lado da moeda, o lado positivo da coisa. Uma FNAC linda, enorme e cheia de coisas maravilhosas, mesmo pertinho da minha casa!!!!!
Isto de olharmos para o lado bom tem que se lhe diga!!!!!
Já tinha visto coisas equivalentes, mas ainda assim, fiquei boquiaberta. A febre do Natal faz mal aos comerciantes,definitivamente. É que abriram um Centro Comercial que está, literalmente, em obras. Os elevadores ainda não funcionam, 80% das lojas está fechada, o chão está sujo de cimento, tinta e sabe Deus que mais. Polícia ali à volta,porque,com as obras na estrada, e os camiões de mercadoria à mistura, o trânsito está um caos.
No meio da minha incredulidade e sentido crítico, recordei que há um equilíbrio em tudo, só temos que o procurar.
:) Ali estava o outro lado da moeda, o lado positivo da coisa. Uma FNAC linda, enorme e cheia de coisas maravilhosas, mesmo pertinho da minha casa!!!!!
Isto de olharmos para o lado bom tem que se lhe diga!!!!!
quarta-feira, novembro 21, 2007
Prémio Inesperado!!!! :)
Surpresa boa!!!! No dia em que decido mudar 99% das coisas na minha vida, recebo um prémio da Solitude, sobre uma das coisas que mais gosto de fazer: escrever!!!! O universo é rápido a dar respostas...
Agora, há que seguir as regras indicadas:
2. Atribuir o prémio a 7 blogs que considere "até não são mau blogs" ... para mim são fantásticos, e uma companhia diária!
Agora, há que seguir as regras indicadas:
2. Atribuir o prémio a 7 blogs que considere "até não são mau blogs" ... para mim são fantásticos, e uma companhia diária!
...e eles são...
segunda-feira, novembro 19, 2007
Animais de Palco
Uma banda de animais.
Uma girafa e um macaco apaixonados. Um leão e uma hipopótamo muito especiais. Uma gata muito sexy.
O amor, a salvação do planeta e muita música.
Finalmente fomos ao teatro com a princesa. Adorou. Os olhos brilharam do início ao fim. Batia palmas com todo o corpo, cantou com os "bichos". Quase chorou quando as personagens se zangaram.
- "Mamã, amanhã vai ser tudo "difente"!
À noite, pediu-me a história dos animais e perguntou-me se podíamos comprar o filme....
É tão fácil fazê-los felizes...
Para dizer a verdade, fez-me feliz a mim também. Valeu a pena ver a peça. Muito humor, inteligência, e a versão mais sexy de todos os tempos da canção "Ao passar a ribeirinha".
A não perder mesmo!
Uma girafa e um macaco apaixonados. Um leão e uma hipopótamo muito especiais. Uma gata muito sexy.
O amor, a salvação do planeta e muita música.
Finalmente fomos ao teatro com a princesa. Adorou. Os olhos brilharam do início ao fim. Batia palmas com todo o corpo, cantou com os "bichos". Quase chorou quando as personagens se zangaram.
- "Mamã, amanhã vai ser tudo "difente"!
À noite, pediu-me a história dos animais e perguntou-me se podíamos comprar o filme....
É tão fácil fazê-los felizes...
Para dizer a verdade, fez-me feliz a mim também. Valeu a pena ver a peça. Muito humor, inteligência, e a versão mais sexy de todos os tempos da canção "Ao passar a ribeirinha".
A não perder mesmo!
sexta-feira, novembro 16, 2007
Espiritualidade humana
Li uma vez, num livro, que não somos seres humanos em busca de um caminho divino, mas sim seres divinos a caminhar por um trilho humano. Achei bonito.
Considero-me um ser espiritual, desde que se entenda que não acredito numa espiritualidade que não abarque a minha humanidade.
Procuro o melhor de mim, um ser mais sábio que me habite e me indique quais os caminhos a seguir, quais as respostas reais aos desafios que me são colocados. Mas gosto de ser humana. Gosto de ter um corpo, um rosto. Gosto de sentir a água na pele, quando tomo duche, gosto do sol que me aquece. Gosto de vivenciar emoções, confesso que não só as boas. Procuro intensidade em quase tudo.
E não, não gosto de me sentir só, desamparada, culpada ou inútil. Mas isso também sou eu, em alguns momentos, e não acredito que essa parte de nós esteja fora de Deus, tenha essa palavra o significado que tiver, para cada um.
Por isso não quero, não quero que o melhor de mim seja apenas o sorriso, a compreensão maior, a sabedoria que não abraça as lágrimas. Não quero que o exemplo de quem sou seja apenas aquilo que faço "bem", perfeito, sem mácula. Quero que o exemplo de mim seja a minha humanidade, as entregas em que dou luz e alegria, e aquelas em que me escondo, me enrolo sobre mim mesma e peço ajuda. Porque ainda assim, faço aquilo que consigo. Porque ainda assim, é o melhor de mim, naquele instante. E isso é tão espiritual como outra coisa qualquer.
Considero-me um ser espiritual, desde que se entenda que não acredito numa espiritualidade que não abarque a minha humanidade.
Procuro o melhor de mim, um ser mais sábio que me habite e me indique quais os caminhos a seguir, quais as respostas reais aos desafios que me são colocados. Mas gosto de ser humana. Gosto de ter um corpo, um rosto. Gosto de sentir a água na pele, quando tomo duche, gosto do sol que me aquece. Gosto de vivenciar emoções, confesso que não só as boas. Procuro intensidade em quase tudo.
E não, não gosto de me sentir só, desamparada, culpada ou inútil. Mas isso também sou eu, em alguns momentos, e não acredito que essa parte de nós esteja fora de Deus, tenha essa palavra o significado que tiver, para cada um.
Por isso não quero, não quero que o melhor de mim seja apenas o sorriso, a compreensão maior, a sabedoria que não abraça as lágrimas. Não quero que o exemplo de quem sou seja apenas aquilo que faço "bem", perfeito, sem mácula. Quero que o exemplo de mim seja a minha humanidade, as entregas em que dou luz e alegria, e aquelas em que me escondo, me enrolo sobre mim mesma e peço ajuda. Porque ainda assim, faço aquilo que consigo. Porque ainda assim, é o melhor de mim, naquele instante. E isso é tão espiritual como outra coisa qualquer.
segunda-feira, novembro 12, 2007
1º livro, página 161, 5ª Frase Completa
Pegando no desafio da Neptuna, cá vai:
"As etiquetas nos cestos ou caixas com um exemplar, uma figura ou uma fotografia podem ajudar as crianças mais velhas a arrumar os brinquedos naqueles dias em que esvaziaram todas as caixas."
Educação de Bebés em Infantários, Jacalyn Post e Mary Hohmann.
Formação a quanto obrigas.
Passo o desafio à Joana, à Carol e à Sayuri.
1º) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2º) Abra-o na página 161;
3º) Procurar a 5ª frase completa;
4º) Postar essa frase no seu blog;
5º) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6º) Repassar para outros 5 blogs.
"As etiquetas nos cestos ou caixas com um exemplar, uma figura ou uma fotografia podem ajudar as crianças mais velhas a arrumar os brinquedos naqueles dias em que esvaziaram todas as caixas."
Educação de Bebés em Infantários, Jacalyn Post e Mary Hohmann.
Formação a quanto obrigas.
Passo o desafio à Joana, à Carol e à Sayuri.
1º) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2º) Abra-o na página 161;
3º) Procurar a 5ª frase completa;
4º) Postar essa frase no seu blog;
5º) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6º) Repassar para outros 5 blogs.
Gosto...
domingo, novembro 11, 2007
Mãe leoa
Tínhamos 45 minutos para chegar ao teatro. Tempo mais que suficiente.
Ontem chegámos lá e não havia bilhetes. Comprámos os últimos para hoje.
Bolinha de Sabão, o nome da peça. A filhota estava excitadíssima, era a sua estreia no teatro. A mãe e o pai não lhe ficavam atrás.
Mas havia uma corrida de atletismo. Até aqui, tudo bem. O problema é que, na manhã de Domingo, para quem mora onde eu moro, não se saiu de casa. Três saídas diferentes, cortadas todas ao trânsito, deixando os carros a andar em círculos e sem poder sair. Se fomos avisados com antecedência? Não. Mesmo que fossemos, o que nos diriam? "Não saiam de casa no domingo, porque não há saídas possíveis para automóveis?"
De facto,há coisas que não entendo.
E enquanto regressávamos a pé para casa - com o carro estacionado num local qualquer, às 11h25, com a miúda a chorar desalmadamente por não ter ido ao "teato", eu rezava para que ninguém se dirigisse a mim,porque as garras estavam, definitivamente de fora. Naquele momento, se eu apanhasse um político, um polícia - ou mesmo um atleta - tinha-lhe arrancado os olhos à dentada.
Ontem chegámos lá e não havia bilhetes. Comprámos os últimos para hoje.
Bolinha de Sabão, o nome da peça. A filhota estava excitadíssima, era a sua estreia no teatro. A mãe e o pai não lhe ficavam atrás.
Mas havia uma corrida de atletismo. Até aqui, tudo bem. O problema é que, na manhã de Domingo, para quem mora onde eu moro, não se saiu de casa. Três saídas diferentes, cortadas todas ao trânsito, deixando os carros a andar em círculos e sem poder sair. Se fomos avisados com antecedência? Não. Mesmo que fossemos, o que nos diriam? "Não saiam de casa no domingo, porque não há saídas possíveis para automóveis?"
De facto,há coisas que não entendo.
E enquanto regressávamos a pé para casa - com o carro estacionado num local qualquer, às 11h25, com a miúda a chorar desalmadamente por não ter ido ao "teato", eu rezava para que ninguém se dirigisse a mim,porque as garras estavam, definitivamente de fora. Naquele momento, se eu apanhasse um político, um polícia - ou mesmo um atleta - tinha-lhe arrancado os olhos à dentada.
quinta-feira, novembro 08, 2007
...
Acordei novamente com o sonho de ti.
Não senti frustração, nem fiquei irritada, nem me senti traída por mim mesma. É verdade quando disse que regressei de olhos abertos.
Ainda assim, e por te ter sonhado antes de te conhecer, e sonhar-te ainda, quando já és um desconhecido, houve um suave embalo na minha alma... conforto ou desalento?
Já não sinto a tempestade do teu ser na minha presença. Às vezes, porém, na suave brisa do vento, ainda te consigo inspirar. Curioso...
Não senti frustração, nem fiquei irritada, nem me senti traída por mim mesma. É verdade quando disse que regressei de olhos abertos.
Ainda assim, e por te ter sonhado antes de te conhecer, e sonhar-te ainda, quando já és um desconhecido, houve um suave embalo na minha alma... conforto ou desalento?
Já não sinto a tempestade do teu ser na minha presença. Às vezes, porém, na suave brisa do vento, ainda te consigo inspirar. Curioso...
terça-feira, novembro 06, 2007
segunda-feira, novembro 05, 2007
Silêncio, se faz favor!!!!
Embrenhei-me para dentro, como que enrolada sobre mim própria. A noite, a lua que diminuia pouco a pouco, a vibração da Serra e o profundo estar, apenas estar, não com o outro, nem comigo, mas apenas estar ali, respirando com a própria terra.
Permiti-me isso, a não elaboração mental (à qual, modestia à parte, sou muito boa!!!!). Abandonei por umas horas as explicações que me dizem tudo, me enquadram cada instante da existência, sem no entanto mostrar nada, pois o que se sente não tem explicação.
Fácil? É fácil abandonar a cana com a qual se apanha mais peixes? Não foi.
Ainda assim, silenciei-me com intenção.
E não sei se regressei mais inteira. Julgo que sim. Sei que regressei com os olhos abertos. Não me tinha apercebido, sequer, que os tinha fechados....
Permiti-me isso, a não elaboração mental (à qual, modestia à parte, sou muito boa!!!!). Abandonei por umas horas as explicações que me dizem tudo, me enquadram cada instante da existência, sem no entanto mostrar nada, pois o que se sente não tem explicação.
Fácil? É fácil abandonar a cana com a qual se apanha mais peixes? Não foi.
Ainda assim, silenciei-me com intenção.
E não sei se regressei mais inteira. Julgo que sim. Sei que regressei com os olhos abertos. Não me tinha apercebido, sequer, que os tinha fechados....
sexta-feira, novembro 02, 2007
Retiro
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