Houve outras coisas que não me disseram e que me surgem no caminho, das formas mais mirabolantes possíveis.
Não me disseram que não existem príncipes encantados, ou livros de reclamações para emoções não validadas. Não me disseram que eu própria poderia construir o castelo dos meus sonhos, sem esperar que me viessem buscar num cavalo branco, mas que, ainda assim, deveria ter cuidado, pois correria sempre o risco de me sentir uma prisioneira lá dentro.
Não me disseram que, mesmo quando tudo parece correr bem, o coração pode discordar e fazer-nos sentir absurdos e marginais dentro da nossa própria vida.
Não me disseram que magoar alguém pode ser mais doloroso do que ser-se magoado. Que quando estamos sós, ansiamos estar com alguém mas, quando estamos acompanhados, podemos ter saudades de nós.
Não me disseram que podemos ansiar pela tranquilidade e pela harmonia, mas que o mais importante de tudo é RESPIRAR!!!!! Que a paz de espírito pode surgir ao anoitecer, no calor de uma lareira e de um copo de vinho tinto, ou a fazer bungee-jumping no meio de sítio algum, e sem qualquer plano para o momento seguinte.
Não me disseram, talvez, para eu aprender, ou para me lembrar! Não me disseram, provavelmente, porque também não sabiam. Ou porque cada vida tem um manual único, não é universal.
"Faças o que fizeres, não desistas de ti!" Isto disseram-me hoje. Eu já sabia disto, claro. Apesar de nem sempre me lembrar. Mas, de uma forma estranha, fez toda a diferença. Será a minha primeira regra no manual de instruções.