Abrigo-me do frio, aconchegando o casaco ao pescoço, enquanto o eco dos meus passos me absorve os pensamentos na manhã deserta. É um conforto, um ritual que preservo com alguma insistência... acordar cedo num domingo de manhã. A liberdade de encontrar ruas só nossas, o silêncio do dia, ainda, a despontar.
Aquele instante é meu. Não há vozes, não há planos, nada permanece para além da promessa de um dia inteiro pela frente. Mas não é o melhor.
Ele chega à minhas mãos, quente, o odor que sempre me inebriou e que me leva a trazê-lo para perto, como se o sentisse pela primeira vez. Depois o primeiro gole, amargo, quente, forte. Único. O café do domingo de manhã. Solitário, íntimo, meu.
Gosto de começar os dias assim.
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